Contrabando de ouro ilegal na Amazônia – A Justiça determinou nesta quarta-feira (15) o bloqueio de R$2 bilhões de suspeitos de utilizar notas fiscais eletrônicas para legalizar ouro extraído de garimpos ilegais na Amazônia.
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A operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) visa prender três pessoas e cumprir 27 mandados de busca e apreensão em sete estados e no Distrito Federal, incluindo Pará, Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas, São Paulo, Mato Grosso e Roraima.
Mais de cem policiais federais, cinco auditores fiscais e três analistas da Receita Federal participam da ação.
Segundo as autoridades, o esquema teria ocorrido entre 2020 e 2022 e facilitado o envio de 13 toneladas de ouro para Suíça, Itália, Emirados Árabes.
A operação é um esforço conjunto de Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita Federal.
Como funcionava o esquema
O inquérito sobre o caso começou em 2021, quando a Receita Federal descobriu que uma organização criminosa utilizava um esquema para legalizar ouro extraído de garimpos ilegais.
De acordo com o delegado responsável pela operação, Vinícius Serpa, a fraude era feita de maneira triangular, envolvendo empresas de pequeno porte e uma grande companhia exportadora.
As empresas menores recebiam ouro ilegal e notas fiscais ilegais, emitindo novas notas para dar uma aparência de legalidade ao ouro antes de repassá-lo para as empresas maiores. Essas maiores, por sua vez, operavam sob o guarda-chuva de uma única empresa exportadora.
Serpa contou que a maior parte da mineração ilegal ocorre em regiões de difícil acesso. “À medida que a polícia vai entrando, eles [os garimpeiros] vão indo mais para o interior do estado, se escondendo”, explicou.
O secretário especial da Receita Federal, Robinson Sakiyama Barreirinhas, disse em entrevista ao blog da Andreia Sadi na terça-feira (14) que o órgão passará a exigir notas fiscais para transações de venda de ouro.
(Com informações de G1)
(Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real)