Brasil sem Jair Bolsonaro – Em ação movida pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), Jair Bolsonaro foi oficialmente declarado inelegível pelos próximos 8 anos, em razão de sua pataquada travestida de coletiva com embaixadores, em ataque ao sistema eleitoral, às vésperas da eleição.
A votação foi aquele velho lenga lenga. Ao que parece, Bolsonaro não estribuchou muito, sua falta de disciplina política cobrou caro e hoje, o antigo mito tornou-se apenas uma anedota na história de terror da política brasileira.
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Tirar Bolsonaro do jogo é uma necessidade histórica. Ou o Brasil comporta-se como uma república de verdade ou não há motivo para sê-la. O PDT, cumprindo o papel que deveria ser das esquerdas, foi o partido mais engajado no impeachment e depois na cassação de Bolsonaro – mesmo sem receber qualquer benefício eleitoral, o que demonstra alguma dificuldade de comunicação do partido de Brizola.
O partido, durante a eleição, foi chamado de “linha auxiliar do Bolsonarismo” por aqueles que jamais assinaram um pedido de impeachment e hoje arrotam sua arrogância do alto de seus mandatos conquistados com o blábláblá que até hoje não mostrou a que veio.
A maior resposta ao fascismo dada pelo governo “antifascista” foi instalar uma CPI mequetrefe (contra a sua vontade) e pressionar meia dúzia de nerds e advogados das bigtechs. O amor não vence o ódio. O que vence o ódio é a luta concreta. Mas o que interessa são os flashes da primeira dama em Paris, direto para as páginas CHOQUEI.
Enquanto uns desfilam e viajam, outros trabalham. Bolsonaro está fora das urnas e o Brasil vai virar essa página carcomida de sua história.
Agora que o espantalho saiu da sala, pode-se perguntar: qual será a desculpa para não realizar as reformas necessárias? Quem apontar as contradições do governo ainda será chamado de fascista? Quem não defender o liberalismo de Haddad estará jogando “o jogo do Bolsonarismo”? Será que finalmente poderemos ter um debate público bípede, longe das quatro patas que nos assolam?
Há um longo passado ainda por vir.
Por Renato Zaccaro, jornalista, músico, escreve sobre Política e Poder/Cultura e Ideologia
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