Cada vez que vejo as notícias, fico assustado com o aumento no número de pessoas contaminadas pela Covid-19. Em todo país, já são mais de 13 milhões de infectados e mais de 312 mil mortos.
Com hospitais lotados e sem uma perspectiva de melhora, a crise não atinge apenas a saúde pública, cada vez mais caótica. Os reflexos são sentidos também na economia, na educação e no desenvolvimento social. É como um efeito dominó, que ao derrubar uma peça, todas as outras são atingidas. Isso cria um efeito em cadeia, com resultados imprevisíveis.
O nosso país já constata as consequências negativas de uma pandemia sem controle. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 14 milhões de pessoas estão desempregadas no Brasil. Destas, mais de 3,5 milhões perderam os seus empregos durante o primeiro ano da pandemia. Porém, esse número pode ser bem maior se incluirmos os desalentados. Os trabalhadores informais também perderam renda e estão entre os mais prejudicados.
Com o colapso na saúde pública e privada, a economia é afetada em cheio porque os governos são obrigados a adotarem medidas cada vez mais restritivas a fim de frear o avanço da contaminação. Elas são necessárias, mas não podem perdurar por muito tempo. Ainda mais quando os governos optam por não darem apoio financeiro às empresas e aos trabalhadores impactados diretamente pelas medidas.
Seguir o exemplo de países como os Estados Unidos e Inglaterra, que deram um auxílio justo à população, ajudaria o Brasil a segurar as pessoas dentro de casa. Afinal, pedir para que um pai ou uma mãe fiquem em casa enquanto os seus filhos passam fome, não é sensato. Oferecer de R$ 150 a R$ 375 de auxílio emergencial, enquanto os preços dos alimentos estão cada vez mais nas alturas, é brincar com a vida do cidadão.
Ações como essas levarão o nosso país ainda mais ao fundo do poço da crise econômica. A situação social é desoladora e deve piorar nos próximos meses.
Vacinação em massa
Além de medidas eficientes, o Brasil precisa de um plano de vacinação em massa. No ritmo que estão as imunizações, levaremos três anos para vacinarmos a todos. É muito tempo quando se tem um vírus mortal à solta.
Só a vacinação em massa é capaz de conter a crise econômica, porque os trabalhadores terão mais tranquilidade para irem aos seus serviços e as empresas não serão obrigadas a fecharem as portas. O próprio ministro da Economia, Paulo Guedes admitiu que o sucesso econômico está diretamente relacionado à vacina.
O Brasil precisa retornar à normalidade, mas com segurança. Sem vacinação rápida e outras medidas de combate efetivo à pandemia, não haverá recuperação econômica.
Por Paulinho da Força, deputado federal e presidente nacional do Solidariedade
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