Ou é PT ou é fascista – Escrevo esse texto para aqueles que como eu veem no Ciro Gomes uma saída pro buraco que o Brasil e o nosso povo foi atirado nos últimos anos. Mas também se trata de um desabafo sincero e humilde aos meus amigos e amigas que ainda veem no PT e em Lula um caminho para o Brasil.
Mas comecemos pelo início. Muita calma nessa hora, irmãos e irmãs. Não esqueçamos alguns fatos importantes pra além das milhares de análises e opiniões, em maioria válidas, registre-se.
Ciro foi terceiro colocado com 12% dos votos no primeiro turno de 2018, em um país polarizado e radicalizado, levando Bolsonaro ao poder como símbolo do antipetismo doentio que explodiu no país depois de anos e anos de, entre muitas coisas, um verdadeiro terrorismo midiático que, muitos jovens não sabem, mas ultrapassou os limites da ética e partiu pro “vale-tudo” contra os governos e lideranças petistas.
Essa história de que a mídia “apoiava” o PT é mais furada que mamadeira de piroca. O Partido dos Trabalhadores, e aliás qualquer movimento popular de defesa do trabalhador jamais teve na mídia brasileira um campo justo para o debate franco de ideias.
Digo isto pois tem razão de ser: Bolsonaro emergiu como fenômeno nesse cenário. Convenhamos que as escolhas do PT, de lançar a candidatura impossível de Lula e optar por Haddad a um mês da votação digamos, não ajudou a impedir o desastre.
Eis que Bolsonaro, meus amigos, é um meteoro e da mesma forma que subiu, agora desce e em velocidade acelerada. É impossível fazer tudo errado, mentir sobre tudo o tempo todo e isso ser duradouro pois ninguém consegue enganar os outros pra sempre.
Ao mesmo tempo, apesar de Lula ter voltado ao jogo e ser catapultado pelos crimes da Lava Jato e de Sergio Moro, grande parte da população brasileira rejeita o PT como opção para governar o Brasil de novo e não votará no partido. E não é só fascista. Para efeito de registro, eu sou um deles.
Bolsonaro derrete e vai piorar, porque invariavelmente a CPI da Covid vai concluir que ele cometeu crime de omissão – no mínimo -, o que poderia, como ocorreu com Collor, se transformar num processo de impeachment e ou processo criminal no STF – enquanto ocupar a presidência.
O Ciro emerge justamente nesse meio. Feroz opositor de Bolsonaro e crítico ferrenho do lulopetismo. Mais: tem capacidade e espaço pra aglutinar forças em torno dele diante da possibilidade de um segundo turno entre Lula e Bolsonaro, dois candidatos que 40% dos brasileiros não querem votar em 2022, segundo as pesquisas atuais.
Com a polêmica, mas promissora chegada de João Santana, craque do marketing político, Ciro pode crescer em extratos sociais do país em que não performa bem atualmente, independente dos motivos para este fato.
Fato é que não será fácil. Ora, nunca foi fácil. Mas tem jogo. E enquanto tem bambu, tem flecha.
Agora me dirijo aos irmãos e irmãs que ainda acreditam no PT como caminho para o Brasil. Peço que tenham a grandeza de não incentivar essa coisa mesquinha e falaciosa de que o Ciro é traidor, é de direita e bla bla bla. O Ciro hoje ocupa politicamente um espaço de liderança na centro-esquerda esquerda do país. Está em um partido de centro-esquerda.
E assim, esse negócio de ser de esquerda ou de direita já deu também. Negócio um tanto infantil. O povo quer saber que vai gerar emprego, investir no país e ajudar o país a crescer e gerar mais oportunidades. A invocação moral-ideológica sobre esquerda e direita interessa muito mais a uma turma que não é o povo, povo, povo, e sim de uma turma que pode estudar, que pode fazer uma faculdade e que vive em certo privilégio em relação à maioria do povo desse país saqueado. Eu faço parte dessa turma, registro.
Aliás, PDT e Ciro estiveram juntos, ao lado do PT, na luta pra construir um país melhor, e inclusive todos fizeram trabalhos significativos pelo governo e pelo país, seja com o Carlos Lupi gerando milhões de empregos como ministro da Trabalho, seja com o Cid Gomes como ministro da Educação indo ao congresso defender a honra e o mandato da Dilma Rousseff, seja com o Ciro Gomes na Infraestrutura fazendo acontecer um projeto do tamanho da transposição do São Francisco. Obra tão importante que o Bolsonaro quis outro dia fingir que foi ele que fez, canalha costumaz que é e sempre foi.
O Ciro Gomes inclusive abandonou a aposentadoria política e voltou a ativa para tentar evitar o Golpe contra a democracia e contra a Dilma. Denunciou o Moro e a Lava Jato quando dizer isso era um “crime”. Eu lembro porque eu estava lá po, e como eleitor do PT. Tempos duros aqueles pra nós que denunciamos a vergonha que foi o impeachment de Dilma Rousseff e a condenação e prisão ilegais do Lula.
O PDT deu 2/3 dos votos contra o impeachment na Câmara. Inclusive deixo a provocação de que poxa, quem acompanha religiosamente as votações dos deputados e deputadas do partido no Congresso – pois sempre que um deputado do PDT vota “errado” eu fico sabendo em 2 minutos, já que mil mensagens chegam – não pode esquecer dessa votação. A mais importante em décadas.
Por fim, mas não menos importante: Ciro declarou na saída do 1o turno em 2018 que “agora é derrotar o fascismo”. Ora bolas. Todo mundo entendeu. Fez a mais famosa viagem a Paris da história da humanidade e voltou, aclamado no aeroporto, gritando “Ele, Não”. O PDT declarou apoio crítico ao PT no segundo turno. E o Ciro votou no Haddad.
Po gente, botar qualquer culpa do que aconteceu em 2018 no Ciro Gomes é uma injustiça tremenda. Chega a ser até leviano, na minha opinião. Se tem algum culpado pelo que aconteceu, além dos que venceram, eu diria que o PT tem responsabilidade pelas irresponsabilidades que cometeu. Mas é só ainda opinião e você pode discordar. A gente só não pode se odiar e espalhar mentira, nem eu nem você.
Mas finalizo fazendo a previsão e me cobrem: vai dar Ciro X Lula no segundo turno em 22.
E aí, em relação ao cenário atual desastroso, o Brasil já venceu. Eu vou lutar pela eleição do Ciro e não tem problema de você lutar pela do Lula.
Mas sem partir pra mentiras, bobagens e papos furados. Não façamos isso. Nós temos a responsabilidade de segurar os nossos, críticas podem e devem ser feitas a todos, mas com justiça.
Confesso que me causou grande mágoa ouvir o Lula dizer que o Ciro “não votou” no Haddad, o que é mentira e injustiça absurda. Eu me sinto como se o cara que eu tirei título de eleitor pra votar estivesse dizendo que eu não votei no Haddad contra o criminoso que nos preside hoje.
Eu militei ao lado do PT por 15 anos e hoje sou chamado de fascista por ousar não bater palmas e dizer ‘amém’ para tudo que o Lula fala e faz. Isso é canalhice!
A gente quer em muitos aspectos a mesma coisa pro Brasil, tenho certeza. Vamos juntos mesmo que votando separado. Na hora que a coisa esquentar, lembremos disso.
Por Thiago Manga, jornalista, assessor político e já atuou em campanhas eleitorais.
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