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Oriente Médio compra mais do Brasil do que a Argentina, e isso é um problema; entenda

Oriente Médio compra mais do Brasil – Em duas décadas, a exportação brasileira de produtos manufaturados caiu para menos da metade. No ano 2000, os produtos transformados pela indústria foram 59% de tudo que o país vendeu para o exterior. Já em 2022, esse percentual caiu para 28%, segundo dados da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). 

Cerca de metade de tudo que o Brasil exportou no ano passado eram produtos primários: soja, milho, petróleo bruto, minério de ferro e carne. Desta forma, o Oriente Médio ultrapassou a Argentina no ranking de maiores parceiros comerciais do país, o que reflete um problema que vem se agravando: a desindustrialização. 

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Isso porque o país vizinho é tradicionalmente o principal cliente da indústria brasileira, enquanto o Oriente Médio compra quase exclusivamente commodities. Ou seja, há um aumento da primarização das exportações brasileiras, com muitos produtos que têm um nível baixo de diferenciação. 

Crise Argentina 

De acordo com o presidente-executivo da AEB, José Augusto de Castro, a longa crise econômica pela qual a Argentina passa é uma das principais explicações para a mudança nas relações comerciais entre os países vizinhos. 

“A Argentina tem um problema sério de falta de dólares”, diz.

Então, para evitar a saída da moeda americana, o país frequentemente impõe restrições às importações, afetando especialmente o Brasil, que vende para lá justamente produtos com maior valor agregado, em vez de materiais primários. 

Foi essa questão que gerou a discussão sobre a criação de uma moeda comum para o Mercosul, que não seria uma moeda única (como o euro), mas uma que pudesse ser usada como mecanismo de compensação para o comércio entre os dois países, explica Welber Barral, especialista em comércio internacional da consultoria BMJ. 

No entanto, ele lembra que o Brasil já tem um sistema de pagamentos em moeda local em que Argentina e Uruguai podem pagar com suas moedas, mas precisam fazer uma compensação diária em dólares. “Na prática, persiste o problema das reservas cambiais”, explica Barral. 

Para o especialista, o sistema de moeda comum é de difícil implementação e tem risco alto de calote. 

Primarização 

Embora o volume de exportações para o Oriente Médio seja positivo, o fato de ser essencialmente produtos primários é um problema para o Brasil, que deixa de vender bens com maior valor agregado. 

O secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Tamer Mansour, dá o exemplo do café. O país vende principalmente o grão in natura para os países árabes, enquanto poderia vender, por exemplo, café em pó. 

“Nós temos os achocolatados, sucos, óleo de soja, de milho… no caso desses produtos, infelizmente, a gente só exporta para os árabes as commodities”, conta. 

Ele diz ainda que há potencial para vender também produtos farmacêuticos, cosméticos e de moda para a região.

“O Brasil precisa entender que essa cúpula do mundo árabe, especialmente da parte do Golfo, tem como absorver produtos de maior valor agregado de origem brasileira.” 

(Com informações de G1)
(Foto: Reprodução)

Por Redação

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