Papa Francisco sobre Brasil – Nesta quarta-feira (26), durante a tradicional audiência geral que acontece na Praça São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco se dirigiu diretamente ao Brasil. Ao final do compromisso semanal com os fiéis, o pontífice afirmou rogar à Nossa Senhora Aparecida que livre os brasileiros do ódio.
A declaração foi dada pelo chefe da Igreja Católica durante a tradicional saudação que faz, em vários idiomas, a peregrinos presentes no encontro.
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Ao fazer referência à padroeira brasileira, Francisco afirmou rezar para que a santa livre a população da violência e do sentimento de intolerância, que acomete o país e o polariza de maneira não apenas política, ou de ideais, mas também ecumênica.
Embora não tenha feito declaração direta ao processo eleitoral do país, a fala do líder argentino acontece a quatro dias do segundo turno das eleições presidenciais, momento em que o número de fakenews e mensagens de ódio se propagam aos montes, tal qual fosse uma corrida santa entre o bem e o mal.
Ataques bolsonaristas
Durante a campanha eleitoral, lideranças católicas têm sido alvo de episódios violentos motivados por convicções políticas. Na semana passada, um padre foi hostilizado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) enquanto celebrava a missa, no Paraná.
Nas redes sociais, o cardeal Dom Odilo Pedro Scherer também foi atacado por bolsonaristas por usar uma veste sacerdotal de cor vermelha, o que acentua o projeto de rivalizar instituições de fé em prol de uma linha política, que não se discute inovações ou projetos de nações, mas tão somente o ódio e a desinformação.
Uso político da fé
O presidente, que quando deputado chegou a dizer que “a igreja era a causa da miséria no Brasil”, sofreu duras críticas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) condenou o uso político do tema na campanha eleitoral, por meio de nota divulgada no início de outubro, sem citar nomes, a arquidiocese condenou o que chamou de “exploração da fé” para ganhar votos.
O posicionamento aconteceu após a ida de Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, aos festejos do Círio de Nazaré, em Belém (PA), ao embarcar em uma fragata da Marinha Brasileira e fazer “posts” diretamente das festividades.
Na ocasião, a Arquidiocese de Belém afirmou que “não houve nenhum convite a qualquer autoridade seja em nível municipal, estadual ou federal” e que “não permite uso político ou partidário” do evento.
Bolsonaro também participou dos festejos pelo Dia de Nossa Senhora Aparecida no Santuário Nacional de Aparecida (SP), onde foi recebido com aplausos e vaias. O padre Eduardo Ribeiro, coordenador da celebração, precisou pedir silêncio à plateia.
Em entrevista concedida depois de uma das missas da manhã, o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, foi questionado sobre um possível uso eleitoral da presença de Bolsonaro nas celebrações do dia. Ele disse que iria receber o presidente “com todo o respeito”, mas cobrou “identidade religiosa” dos fiéis, sem citar o visitante.
(Com informações de O Globo)
(Foto: Montagem/Reprodução)