PDT lança Roberto Cláudio ao governo do Ceará – A aliança progressista que governa o estado do Ceará há 16 anos e que promoveu uma revolução na educação pública cearense, aparentemente, foi encerrada.

Após o anúncio do PDT, que escolheu o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio como candidato ao governo, o PT decidiu romper a aliança história no estado e lançar seu próprio pré-candidato a governador, Elmano de Freitas (PT).

O clima azedou entre PT e PDT, oficialmente, pois os petistas queriam interferir na escolha dos pedetistas a respeito do nome indicado para disputa o governo pela chapa.

O PT tentou impor o nome Izolda Cela, atual governadora pelo PDT, mas uma votação interna no partido trabalhista deu vitória à Roberto Cláudio como o nome escolhido para a disputa.

Os delegados trabalhistas teriam levado em conta o fato de que Roberto Cláudio é o candidato que melhor performa em pesquisas de intenção de votos, além de ter deixado a prefeitura de Fortaleza com 85% de aprovação.

Em resposta, o PT desrespeitou o acordo pré-fixado, de que o partido de Lula indicaria o candidato ao Senado (ex-governador Camilo Santana) enquanto o PDT indicaria, livremente, o candidato ao governo, e lançou Elmano de Freitas como pré-candidato ao governo do Ceará.

Comenta-se nos bastidores que o PT buscava uma ‘desculpa’ para romper a aliança e assim, prejudicar a candidatura do ex-ministro Ciro Gomes à presidência.

Machismo?

Petistas tem espalhados nas redes sociais acusações de que houve ‘machismo’ e ‘misoginia’ na escolha de Roberto Cláudio como candidato da sigla.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, lembrou durante a Convenção Nacional da sigla que Izolda se tornou a primeira governadora da história do Ceará pelo PDT, e não por qualquer outro partido.

Izolda foi a indicada como vice-governadora dos trabalhistas na chapa que elegeu Camilo Santana (PT) governador, em 2018. Com a saída de Camilo para disputar o Senado, Izolda Cela assumiu o governo.

“Não seremos puxadinho de ninguém”, declarou Lupi durante votação que homologou a candidatura de Ciro à presidência.

Bolsopetismo?

Na boca-pequena, comenta-se que o partido de Lula quer mesmo é se aliar a Eunício de Oliveira (MDB), que deve indicar o vice da chapa do PT para o governo cearense.

Na última semana, o Solidariedade de Marília Arraes, pupila de Lula, declarou apoio à candidatura do bolsonarista Capitão Wagner (UB) na disputa local.

Chama a atenção que o partido de Marília apoiará um candidato bolsonarista no estado – que promoveu um motim na polícia militar cearense – enquanto apoiará o petista no embate presidencial.

Ciro Gomes costuma chamar Wagner de ‘miliciano’.

Convenção com Ciro

Neste sábado ocorreu a convenção que homologou a candidatura de Roberto Cláudio, em Fortaleza. Domingos Filho (PSD) foi escolhido para ocupar o cargo de vice.

RC, como é chamado na região, defendeu a união das forças progressistas para evitar que o Ceará caia nas mãos no bolsonarismo. “Corrigir o que não está funcionando bem e fazer o que nunca foi feito no Estado”, defendeu.

Presente no ato, Ciro Gomes lembrou a administração de Roberto Cláudio como prefeito de Fortaleza.

“O Roberto Cláudio fez a maior administração da história de Fortaleza, não há um lugar da cidade, um setor da vida do fortalezense – seja educação, saúde, segurança ou infraestrutura –, em que ele não tenha realizado uma obra”, destacou.

Ciro, que já governou o Ceará e é ex-prefeito de Fortaleza, aproveitou para deixar um recado às novas lideranças políticas do estado.

“Ouçam, mudem o que tiver que ser mudado, protejam o espaço conquistado e não deixem o ódio bolsonarista dominar o estado. Acima de tudo, junto com o nosso povo, mirem o futuro e comecem uma nova etapa na história do Ceará”, argumentou o ex-governador.

(Foto: Montagem/Reprodução)a