Um estudo feito pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) apontou que mais policiais civis morreram em decorrência de suicídio do que em operações nos últimos dez anos no estado. Ao todo, 68 integrantes da Polícia Civil tiraram a própria vida no período analisado, diante de 33 que faleceram em serviço. O levantamento se baseou em dados da Secretaria de Segurança Pública.
A maior parte dos profissionais que cometeram suicídio tinha o cargo de investigador, foram 28, seguidos por 11 agentes policiais, 7 delegados, 7 escrivães e 6 carcereiros. Em 2022 foram dois novos registros até março, último mês incluído no estudo. O número vem crescendo nos últimos anos, com 10 casos em 2021, 9 em 2020 e 8 em 2019, o que preocupa a corporação e a levou a promover campanhas de prevenção ao suicídio.
A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo publicou em 2019 um documento alertando para a dimensão do problema dentro do seu efetivo. Enquanto a taxa de suicídio no estado foi de 5 para cada 100 mil habitantes nos anos de 2017 e 2018, dentro da Polícia Civil foi de 30,3 – seis vezes mais. Um índice acima de 10 é considerado epidêmico pela Organização Mundial da Saúde.
De acordo com a ex-presidente do Sindpesp, Raquel Kobashi Lombardi, os fatores mais comuns associados ao suicídio, como depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias químicas, são agravados dentro da corporação pelos longos plantões, os riscos do cotidiano da profissão, baixa remuneração e pouco tempo disponível para o convívio familiar.
Com informações de: Folha de S. Paulo
Foto: Edson Lopes Jr/A2AD
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