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Em Portugal, Lula critica juros no Brasil: ‘Ninguém faz empréstimo a 13,75%’

Lula critica juros no Brasil – O presidente Lula (PT) voltou a criticar a atual da taxa básica de juros (Selic) da economia brasileira, nesta segunda-feira (24), durante evento em Portugal.

A Selic está há oito meses em 13,75% ao ano, maior percentual desde 2016 e maior taxa de juros real – descontada a inflação – do mundo.

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O Banco Central (BC), responsável por definir esse patamar, diz que os juros altos são necessários para controlar a inflação.

“Nós temos um problema no Brasil, primeiro-ministro, que Portugal não sei se tem. É que a nossa taxa de juros é muito alta. No Brasil, a taxa Selic, que é referencial, está em 13,75%. Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%, ninguém. E não existe dinheiro mais barato”, declarou Lula em um fórum com investidores.

“E a verdade é que um país capitalista precisa de dinheiro, e esse dinheiro tem que circular. Não na mão de poucos, mas na mão de todos”, disse.

Lula voltou a usar a frase “colocar o pobre no orçamento”, um dos lemas da campanha eleitoral de 2022, e defendeu a queda dos juros para que haja estímulo ao crédito, o que poderia elevar o crescimento previsto para a economia brasileira ainda este ano.

“É a gente garantir que os pobres possam participar. Porque quando eles virarem consumidor, vão comprar. Quando eles comprarem, o comércio vai vender. Quando o comércio vender, vai gerar emprego, vai comprar mais produto na fábrica. […] Mais emprego vai gerar mais salário, é a coisa mais normal de uma roda gigante da economia”, enumerou Lula.

BC vê risco de inflação

A “roda gigante” da economia citada pelo presidente é justamente o que pode gerar alta da inflação, alega o BC, na medida em que o consumo aumenta e os preços são puxados para cima.

A taxa básica de juros é um dos principais instrumentos de um país para controlar a inflação.

O efeito colateral é que esse controle também “esfria” a economia, ou seja, reduz o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Na última semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou em um evento em Londres, na Inglaterra, que a queda da inflação é mais lenta que o esperado.

Campos Neto afirmou que a batalha “não foi vencida” e que pode não haver um corte na Selic no curto prazo, como esperam o governo e parte do mercado.

“A gente precisa avançar e explicar melhor para que isso consiga permear através dos mercados, para que a expectativa de inflação melhore e para que abra espaço para a gente fazer o nosso trabalho de queda de juros”, disse.

(Com informações de G1)
(Foto: Reprodução)

Por Redação

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