Ricardo Nunes debocha de Boulos – Em conversas particulares, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), costuma chamar Guilherme Boulos (PSOL-SP) de “perifake”, revelou o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Segundo relatado à coluna, Nunes dá esse apelido àquele que é visto como seu principal rival até o momento na disputa para a prefeitura de São Paulo no ano que vem porque o deputado federal, na verdade, não vem da periferia.
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O prefeito diz que Boulos nasceu e cresceu em regiões ricas da capital paulista e se mudou para o Campo Limpo, na periferia da cidade, apenas depois de adulto.
Já Nunes, no entanto, nasceu e cresceu no Parque Santo Antônio, que ele chama de “extrema periferia”, sendo ele sim um legítimo representante da periferia em comparação com o adversário “perifake”.
Estratégia contra Boulos
Na última eleição municipal, Boulos disputou o segundo turno contra Bruno Covas, de quem Ricardo Nunes era vice. O forte desempenho do agora deputado federal – mais votado do estado em 2022 – o colocam novamente como o candidato mais forte da esquerda para o ano que vem.
Diante disso, Nunes e seus aliados já pensam em formas de desidratar a popularidade do psolista e miram na área pela qual ele ficou conhecido: a luta por moradia para pessoas sem teto.
Segundo informou o Metrópoles, o prefeito pretende investir na entrega de milhares de moradias até 2024, numa sinalização de que pode fazer mais para solucionar o problema do que o coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
Para acelerar a entrega, a prefeitura lançou no fim do ano passado o programa Pode Entrar, em que a administração municipal promete comprar imóveis já construídos pela iniciativa privada e repassá-los para quem não tem moradia.
O programa possui inclusive uma categoria chamada “entidades”, em que entidades que lutam por moradias possam organizar suas próprias filas para distribuir as unidades cedidas pelo estado.
A expectativa da prefeitura é adquirir e distribuir 14 mil imóveis até o que vem por meio do Pode Entrar.
Além disso, o governo municipal está construindo 12,7 mil moradias por meio da Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação) e calcula já ter entregado outras 6 mil.
Mais moradias
Os planos para atender ao problema habitacional em São Paulo não param por aí. A gestão de Nunes quer ainda dar atenção especial a algumas ocupações dos sem-teto.
Uma delas é a ocupação Prestes Maia, em um edifício de 23 andares no centro da cidade, que deverá ser transformada em 270 unidades habitacionais para pessoas de baixa renda após o prédio passar por um retrofit.
A ocupação Nova Palestina, no extremo-sul paulistano, que fica em área de manancial e foi criada com a participação de Boulos, deve virar um parque depois de todos os moradores serem transferidos para residências regulares.
Estratégia furada
Para os aliados de Boulos, a estratégia de Nunes terá impacto eleitoral limitado. Eles avaliam que o psolista poderá tirar proveito dessas ações, dizendo que elas só aconteceram graças aos anos de luta do MTST.
O plano é questionar também os valores gastos pela prefeitura com a compra de imóveis pelo Pode Entrar, sugerindo que as grandes beneficiadas do programa foram as construtoras.
BRI Sem Papas
Estreou nesta terça-feira (28) o “BRI Sem Papas”, um programa opinativo do Brasil Independente, que será transmitido ao vivo, toda terça, às 20h, pelo canal do BRI no Youtube.
O programa será comandado pelo Diretor de Redação do BRI, Thiago Manga, tendo como companheiro e fiel escudeiro o jornalista e músico Renato Zaccaro.
Nesta terça, a dupla abordou temas como:
- O aumento do teto de juros dos empréstimos consignados do INSS
- Três meses do governo Lula
- Banco Central e a Selic a 13,75%
- Tacla Duran e a denúncia contra Sergio Moro
- Bolsonaro e as joias da Arábia
- Protestos na França
(Com informações de O Globo e Metrópoles)
(Foto: Montagem/Reprodução)