A pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (12) mostra que Jair Bolsonaro está no início de uma tendência de queda de popularidade e quem vai se beneficiar desse derretimento para 2022 é Ciro Gomes (PDT), que então teria como adversário em um segundo turno o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Essa é a avaliação de Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, sigla a qual Ciro integra.

Lupi diz que a pesquisa, como retrato de um momento, mostra Lula em fase favorável com a anulação de processos na Justiça e o sentimento de que foi vítima de uma injustiça. O petista também se favoreceria, segundo Lupi, com o contraponto em relação à gestão Bolsonaro, atualmente marcada por descontrole na pandemia, desemprego e crise econômica.

“Começa a se construir um segundo turno Lula versus Ciro. É algo que venho falando desde dezembro e que começa a ganhar corpo. Bolsonaro tende a derreter cada vez mais e a representar o espectro mais radicalizado da sociedade, do ódio, da discriminação da direita mais raivosa. Como Moro e Huck não devem ser candidatos, há um grande espaço para o crescimento do Ciro”, diz Lupi.

‘Antipetismo’ foi decisivo em 2018

O presidente do PDT avalia que há uma parcela significativa dos eleitores de 2018 que era mais anti-Lula do que pró-Bolsonaro, “mais anticorrupção e centrista do que direita”, e que atualmente tem desgarrado do ex-capitão do Exército.

Caso consigam atingir esse eleitorado, afirma, o PDT e Ciro passarão a ter boas chances de alcançar o segundo turno. Em duas movimentações recentes para conquistar esse propósito, o partido atraiu o marqueteiro João Santana e Ciro convidou novos economistas para sua equipe econômica.

“São 430 mil mortes. Ninguém pode ser responsabilizado por isso a não ser o Bolsonaro: um negacionista permanente, que continua andando sem máscara, ridicularizando a morte dos brasileiros. A conta está começando a chegar”, completa Lupi.

Fonte: Folha de S. Paulo