“Privatiza que melhora” – O jargão do título é corriqueiramente ouvido pelas ruas de São Paulo, assim como em diversas capitais ao redor do Brasil. O argumento privatista é sempre o mesmo: serviços privados são melhores e mais baratos que os públicos.
O problema é que não raramente, a realidade se impõe sobre a narrativa neoliberal. Na tarde desta terça-feira (03), não foi diferente.
Parece até “jogada combinada”, mas explica-se: enquanto o governador bolsonarista Tarcísio de Freitas defendia as privatizações e tentava criminalizar a justa greve dos trabalhadores dos transportes de São Paulo, o destino tratou de liquidar com o argumento.
“PRIVATIZA QUE MELHORA” 🎃
Enquanto Tarcísio de Freitas defendia as privatizações na Globo News e alegava que linhas privatizadas apresentam menos falhas, o trem da Linha 9 – privatizada e entregue à iniciativa privada – quase pegava fogo nos trilhos da capital paulista. pic.twitter.com/m9YamrTO6s
— BRI – Brasil Independente 📰🇧🇷 (@obrindependente) October 3, 2023
A greve dos servidores do Metrô, da CPTM e da Sabesp é justamente contra as privatizações que Tarcísio tenta impor à sociedade paulista. Enquanto fazia seu discurso – quase sob aplausos – em plena Globo News, o trem da Linha 9 – privatizada e entregue à iniciativa privada – quase pegava fogo nos trilhos da capital paulista.
Que tarde desgraçada a do governador: enquanto exaltava as linhas privatizadas, alegando que estas estavam apresentando cada vez menos falhas, passageiros da Linha 9 tinham que descer em meios aos trilhos energizados, assustados com a fumaça e com o cheiro de queimado que saía do transporte privatizado que Tarcísio tanto gosta de adular.
Para além das narrativas e de intenções pouco republicanos por trás discurso neoliberal entreguista, que visa entregar o patrimônio público em nome do lucro de grandes empresários, governos e jornais, no fim das contas, são reféns dos fatos.
E o fato é que a realidade se impôs nesta tarde em São Paulo, jogando por terra o argumento de que “privatiza que melhora”.
Melhora para quem, cara pálida?
(Foto: Montagem/Reprodução)