A produção industrial no Brasil abriu 2023 com queda de 0,3%, após fechar 2022 também em queda, de 0,7%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (30) pelo IBGE.
Com esse resultado, o setor está num patamar 2,3% abaixo do registrado antes da pandemia, em fevereiro de 2020, e num nível 18,8% menor que o recorde que o setor apresentou em maio de 2011.
Apesar de ter fechado 2022 em queda, o setor chegou a apresentar dois meses consecutivos de crescimento, em outubro e novembro, quando acumulou uma alta de 1,5%.
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“Embora a produção industrial tenha mostrado alguma melhora de comportamento no fim do ano, inicia o ano de 2023 com perda na produção, e permanece longe de recuperar as perdas do passado recente”, explica André Macedo, gerente da pesquisa.
Ele lembra que, em janeiro de 2021, a indústria chegou a superar o patamar pré-pandemia, com uma produção 4% maior na comparação com fevereiro de 2020, mas uma demanda doméstica menor afetou o ritmo de produção.
Dados por segmento
A indústria de produtos farmoquímicos e farmacêutico foi a maior responsável para puxar o resultado para baixo, com queda de 13% de dezembro para janeiro. Em seguida, vieram as categorias de veículos automotores, reboques e carrocerias (-6%) e produtos alimentícios (-2,1%).
De acordo com Macedo, o setor automotivo teve uma quebra na produção de caminhões em janeiro de 2023 pois está passando por uma transição para implementar uma nova tecnologia que reduz a emissão de gases poluentes.
Em relação à produção farmacêutica, Macedo aponta que a volatilidade do setor é comum, com oscilações acentuadas de um mês para o outro. “Há também uma base de comparação elevada, pois o setor vem de uma sequência de três meses no campo positivo, com um ganho acumulado de 27,1%”, explica.
Já no caso dos produtos alimentícios, o gerente da pesquisa pontua que a queda não surpreende tendo em vista que o setor vinha de três meses seguidos de alta, acumulando crescimento de 19,7% nesse período.
“Esse comportamento negativo, até aqui, é algo muito mais pontual do que propriamente uma trajetória descendente desse segmento”, avalia.
A atividade extrativista, que inclui por exemplo a exploração de petróleo e gás natural, teve o maior impacto positivo na indústria em janeiro, com uma alta de 1,8%. No entanto, o setor vinha de uma queda acumulada de 7,7% nos dois meses anteriores.
(Com informações de R7)
(Foto: Reprodução)