PSOL racha para 2022 – O PSOL rachou internamente em relação à decisão da sigla para as eleições presidenciais de 2022, colocando Guilherme Boulos em lado oposto ao de Luiza Erundina e Sâmia Bonfim.
Uma ala do PSOL lançou nesta segunda-feira (10) a pré-candidatura do deputado federal Glauber Braga (RJ) à Presidência da República, ampliando a crise interna na legenda, que se divide entre apresentar um nome próprio nas eleições de 2022 e defender o apoio ao ex-presidente Lula (PT).
As deputadas federais Luiza Erundina e Sâmia Bonfim (SP) são signatárias de um manifesto pró-Braga, o que as distancia —pelo menos no debate sobre a corrida ao Planalto— do ex-presidenciável Guilherme Boulos, de quem Erundina foi vice na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2020, com apoio de Sâmia.
Boulos, que chegou ao segundo turno contra Bruno Covas (PSDB), mas foi derrotado pelo candidato à reeleição, vem defendendo a união da esquerda no pleito do ano que vem e é tido como favorável a um apoio do PSOL a Lula, embora evite antecipar essa discussão em público.
Como mostrou o jornal Folhas de São Paulo em março, o líder de movimentos de moradia buscou ampliar seu espaço dentro da sigla com a criação de uma corrente partidária própria. Boulos e o presidente nacional da legenda, Juliano Medeiros, compõem a ala majoritária do partido, que sinaliza avançar na aliança com o PT.
O ex-presidenciável anunciou no mês passado que está disposto a concorrer ao Governo de São Paulo, afastando-se da previsão de que tentaria a Presidência, como fez em 2018. Boulos, que é aliado político e amigo de Lula, era dado como certo na disputa nacional antes da reabilitação eleitoral do petista.
A eventual adesão à candidatura do PT sofre resistência de filiados do PSOL que rejeitam a composição com partidos de centro-direita e do centrão que têm sido procurados por Lula. Em seu esforço para se vender como uma opção moderada, o petista admite dialogar com forças liberais e conservadoras.
Surgido como dissidência do PT, o PSOL fez oposição aos governos Lula e Dilma Rousseff. Desde sua fundação, em 2004, a legenda disputou todas as eleições nacionais, com Heloísa Helena (2006), Plínio de Arruda Sampaio (2010), Luciana Genro (2014) e Boulos (2018).
Manifesto
O manifesto, que une Erundina e outros filiados mais próximos de uma visão socialista, afirma que Glauber Braga é o representante da sigla que pode sustentar debates “caros à esquerda e à sociedade brasileira” diante da crise vivida sob o governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
“Devemos aprofundar o debate de programa com uma agenda de discussão que organize as diretrizes do nosso ‘programa/projeto'”, diz o texto divulgado nesta segunda à noite. Na carta, são citados como eixos desejáveis “derrotar o rentismo e o neoliberalismo”, combater “o modelo concentrador de terras e de destruição ambiental” e defender o serviço público.
Braga é descrito no documento como “parlamentar expressivo das bancadas de oposição no Congresso” que pode representantar o campo progressista, “em diálogo a ser estabelecido com outras forças políticas da oposição de esquerda ao governo Bolsonaro”, o que exclui a aproximação com a direita.
Os deputados federais Sâmia Bomfim (SP), David Miranda (RJ), Fernanda Melchionna (RS) e Vivi Reis (PA) também endossaram o manifesto. Com isso, a costura em apoio a Braga é ratificada por seis dos dez parlamentares da legenda na Câmara.
Talíria Petrone (RJ), que é líder da bancada e não assinou o documento, criticou o anúncio da pré-candidatura. A deputada disse em uma rede social que, embora seja direito do colega, o lançamento é precipitado no atual cenário, com “um neofascista e ultraliberal no poder e em plena pandemia”.
“A derrota de Bolsonaro passa pela unidade, e não pela fragmentação. A prioridade em 2021 não pode ser a eleição de 2022. O PSOL neste ano deve priorizar a luta por vacina, comida e moradia para o povo e a luta pelo impeachment de Bolsonaro”, afirmou Talíria.
Segundo os organizadores, a articulação pró-Braga conta com mais de mil adesões. A iniciativa teve ainda o apoio de fundadores do partido, como a deputada estadual Luciana Genro (RS) e o jornalista Milton Temer, e de parlamentares psolistas em Câmaras Municipais e Assembleias de vários estados.
Dirigentes regionais, militantes e ao menos 16 integrantes da direção nacional do PSOL também assinaram.
Boulos quer outro caminho
Boulos tem sustentado um discurso semelhante ao de Lula e outros líderes da esquerda no sentido de que a discussão sobre alianças e candidaturas deve ocorrer mais adiante, e que primeiro é preciso unir forças para contornar as consequências da pandemia de Covid-19 e do desemprego.
“A eleição pode ser discutida, mas não pode ser prioridade agora, com milhares de mortes diárias e tantos desafios”, disse o psolista em abril. Procurado via assessoria nesta segunda, Boulos informou que não comentará a questão até o congresso geral do PSOL, que definirá a posição oficial da sigla.
Em um encontro realizado em março, o partido oficializou a orientação de que qualquer debate sobre o processo eleitoral está interditado até a assembleia nacional, prevista para setembro deste ano.
“Aceito a empreitada e me coloco à disposição para essa tarefa, que obviamente ainda tem que ser debatida nas instâncias do partido”, afirma Glauber. Para ele, o PSOL precisa ter pré-candidato à Presidência e deve evitar que as tratativas eleitorais sejam postergadas para 2022.
Segundo o parlamentar, um dos objetivos do movimento em torno de sua pré-candidatura é “a apresentação de um programa público que não tenha medo de dizer que é de esquerda”.
“Não cabe na nossa mesa a direita liberal que se fantasia de centro, como [João] Doria, [Luciano] Huck, [Sergio] Moro e [Rodrigo] Maia”, diz, citando pré-candidatos e outros atores políticos que defendem a construção de uma alternativa à virtual polarização entre Bolsonaro e Lula.
Braga afirma ainda que, embora Boulos fosse considerado um nome natural do PSOL para a eleição presidencial, o líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) deixou o páreo depois que se declarou disposto a concorrer a governador de São Paulo.
“Boulos é uma liderança nacional que tem todo o nosso respeito e apreço, mas ele tomou uma decisão pública de ser pré-candidato ao Governo de São Paulo e vai colocar suas energias nessa plataforma”, diz, minimizando eventuais divergências e defendendo um diálogo amplo.
Presidente do PSOL fica de fora
Para o presidente nacional do partido, as discussões são algo natural em véspera de ano eleitoral, mas a diretriz de esperar o cenário político desanuviar continua vigente. “O diretório nacional do PSOL decidiu que todo debate sobre tática eleitoral vai ser organizado a partir do nosso congresso”, afirma Medeiros.
“Considero inoportuno antecipar discussão sobre candidatura própria no meio da guerra que estamos travando por vacina e auxílio emergencial”, completa o dirigente.
O racha no PSOL foi impulsionado pelo retorno de Lula ao quadro eleitoral, após a decisão do ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), em março, que devolveu ao ex-presidente o direito de concorrer novamente ao livrá-lo das condenações na Operação Lava Jato.
A volta do petista acendeu o alerta em setores que temem a imposição de uma aliança sem uma discussão interna prévia. A ideia de adesão a Lula é especialmente incômoda para a ala de fundadores. Eles deixaram o PT por causa de discordâncias e sempre pregaram um descolamento.
Líderes psolistas dizem que a democracia interna precisa ser respeitada e que nenhuma decisão pode ser tomada sem consulta às bases. Como o grupo do ex-presidenciável ampliou a ascendência na máquina partidária, a tese de que poderia ser forçado um embarque na campanha de Lula ganhou corpo.
Boulos fundou neste ano sua própria tendência na legenda, a Revolução Solidária, que reúne filiados ligados a movimentos sociais, sobretudo o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), organização em que o ativista e professor milita há 20 anos.
A medida o consolidou como figura mais influente do partido, com maioria dos votos nas instâncias decisórias, e foi vista por parte dos correligionários como um risco para o equilíbrio de forças internas.
A deputada federal Sâmia Bomfim disse em março temer que o PSOL “vire um partido de caciques”, o que o presidente nacional classificou como hipótese “totalmente infundada”. Tanto Medeiros quanto Boulos afirmam que prezam pelo diálogo e que nenhum trâmite será atropelado.
Fonte: Folha de S. Paulo
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