PT hoje está voltado a atender interesses da “Faria Lima”, diz Aldo Rebelo – Pré-candidato ao Senado por São Paulo, Aldo Rebelo (PDT) criticou em entrevista à rádio CBN seus antigos aliados do PT. Ex-ministro nos governos Lula e Dilma, ele considera que atualmente o Partido dos Trabalhadores perdeu sua essência ao se alinhar às vontades do mercado financeiro. “Hoje eles [dirigentes petistas] têm interesses muitos mais próximos da ‘Faria Lima’ e dessas ONGs internacionais que querem tomar conta da Amazônia”, afirmou.
Rebelo explica, que por isso, optou por se filiar ao PDT e apoiar a candidatura de Ciro Gomes à presidência. “Nunca fui do PT, mas já fui aliado. Fui o primeiro líder do governo Lula [na Câmara]. Só que nesta campanha eu senti que meu pensamento está muito mais próximo da tradição nacionalista e trabalhista do PDT e do Ciro”, contou, apesar de não se considerar inimigo dos petistas.
O ex-ministro é muito crítico ao governo de Jair Bolsonaro (PL), que ele classifica como “uma tragédia social e econômica”. Para ele, um dos maiores erros foi a nomeação de Paulo Guedes – “um despreparado” – para o Ministério da Economia. “Só pensa em privatizar o patrimônio público. Por que o Fernando Henrique, que foi privatista, não quis vender a Petrobrás e a Eletrobrás? Ninguém cogitou vender as águas do país, que é um monopólio natural. Isso é uma coisa insensata. Está aí o resultado: o preço da energia, da conta de luz, do combustível…”
De acordo com Rebelo, a política econômica do governo é a grande responsável pelo alto índice de desemprego e informalidade e pela queda na renda da classe média e assalariados. No entanto, ele acredita que Bolsonaro é cada vez mais uma “figura decorativa”, pois “quem manda no país é o Congresso Nacional”, por meio das chamadas emendas do relator – ou orçamento secreto. “Hoje o Congresso vota o orçamento e executa, sendo que não tem essa atribuição constitucional”, afirmou.
O Supremo Tribunal Federal, alvo constante de críticas e ameaças de Bolsonaro, também falha na visão de Rebelo. “Vivemos hoje o pior momento na relação entre os poderes, é uma disputa sem limites”, disse. Segundo ele, o STF tem feito decisões erradas há diversas administrações, citando as ocasiões em que a corte proibiu a nomeação de Lula como ministro de Dilma, impediu Michel Temer de assinar um indulto de Natal, vetou a nomeação de Alexandre Ramagem para diretor-geral da Polícia Federal e, mais recentemente, quando o ministro Nunes Marques cassou decisão do Tribunal Superior Eleitoral sobre a perda de mandato de dois deputados. “Quando você baseia as decisões de um poder em critérios políticos e ideológicos dos atingidos vai dar errado”, concluiu.
Com informações de: CBN Vale
Foto: Youtube/Gazeta do Povo
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