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Ré por garimpo ilegal, empresa tem contratos com governo em terras indígenas

Garimpo ilegal – Uma empresa acusada de operar mais de 200 voos a um garimpo ilegal – no norte do Pará – tem dois contratos ativos com o Ministério da Saúde para fazer transporte aéreo a terras indígenas da região.

Os dois contratos em vigor foram firmados pela gestão Temer em 2018 e estão previstos para durar até agosto deste ano.

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A empresa é a Piquiatuba Táxi Aéreo, de Santarém (PA), que fechou 24 contratos com o governo federal de 2010 a 2022.

A Piquiatuba é suspeita de garimpo ilegal desde outubro de 2020, quando a PF apreendeu 45 kg de ouro na casa do dono.

A empresa e seus dois sócios são réus por mineração ilegal na Justiça Federal do Pará.

Mesmo após a operação da PF, a Piquiatuba fechou quatro contratos no governo Bolsonaro, que já foram encerrados.

Acusação do MPF

Em novembro de 2021, o Ministério Público Federal (MPF) acusou a empresa de mineração ilegal. Segundo o MPF, a empresa extraiu mais de 100 kg de ouro de um garimpo ilegal dentro da reserva biológica de Maicuru, em Almeirim (PA).

Em março deste ano, a Controladoria-Geral da União (CGU) apontou várias irregularidades em um contrato ainda em vigor. A CGU afirma que a Piquiatuba prestou serviços fora dos termos da licitação e deu prejuízo de quase R$ 800 mil à União.

O Ministério da Saúde destacou que os contratos não são da atual gestão e que “suspenderá parcerias com empresas que venham a ser condenadas judicialmente por envolvimento com o garimpo”.

A Piquiatuba é ré e ainda não houve julgamento.

Procurada pelo site UOL, a Piquiatuba negou operar voos a garimpos e nota, diz que a maioria dos 232 voos apontados na denúncia do MPF foram para aldeias indígenas da região, a serviço do Ministério da Saúde.

“A Piquiatuba Táxi Aéreo não opera voos para garimpos ilegais. Os voos operados pela empresa têm por destino aeródromos homologados pela ANAC e, eventualmente, para as aldeias atendidas pelos contratos de atenção à saúde indigenista firmados com o Poder Público.”

Ouro ilegal

A denúncia afirma que a empresa vendeu 103,6 kg de ouro de forma clandestina, de 2015 a 2018. Segundo o MPF, o metal era extraído de um local proibido, mas era vendido como se viesse de garimpos legais de outras regiões.

A empresa foi alvo da operação “Ouro Frio”, da PF, devido ao suposto uso de notas frias para regularizar as vendas.

Na casa do então dono da Piquiatuba, Armando Amâncio da Silva, agentes encontraram 44,8 kg de ouro, avaliado em R$ 15 milhões.

O MPF afirma que Armando Silva operou pelo menos 232 voos ao garimpo ilegal, partindo de um hangar privado em uma fazenda dele.

O acusado morreu em outubro de 2020, semanas após a operação da PF. Dois filhos assumiram a empresa: Edson Barros da Silva e Patrick Paiva da Silva.

(Com informações de UOL)
(Foto: Divulgação/PF)

Por Redação

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