Categorias
Economia

Restaurantes de SP vão à Justiça para negar água a clientes; entenda

Restaurantes de SP vão à Justiça – Restaurantes estrelados da capital paulista entraram na Justiça para poder se recusar a dar água gratuita a clientes.

A informação é de Bruno Ribeiro em Metrópoles.

Idoso é resgatado após 40 anos em situação análoga à escravidão: ‘Tratado como bicho’

A ação judicial é contra uma lei vigente na capital de SP desde 2020, que obriga bares e restaurantes a fornecerem água de torneira gratuitamente aos clientes que solicitarem.

A Confederação Nacional do Turismo (CNTur) já obteve decisões favoráveis contra a legislação na Justiça de São Paulo, em duas instâncias.

O processo chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) no mês passado e será relatado pelo ministro Edson Fachin.

De graça, não

Um dos restaurantes que já se amparam nas últimas decisões da justiça paulista para não dar água de torneira aos clientes é o Carlota, da chef Carla Pernambuco, localizado em Higienópolis, bairro nobre da região central da capital.

Uma cliente relatou ao Metrópoles que, ao pedir água da torneira para sua família, a cliente foi surpreendida não só com a recusa, mas com uma carta da CNTur relatando as vitórias judiciais e informando que a água não seria servida.

A água só seria servida se a cliente quisesse comprar água de garrafa, que no restaurante custa R$ 9 (da marca São Lourenço).

Após a publicação da reportagem, o Carlota informou que a recusa ao fornecimento de água filtrada da torneira foi uma “ação independente de um funcionário”.

“Foi uma ação independente de um funcionário da casa. O Carlota não passa esse tipo de orientação para nenhum funcionário, pois a política do restaurante é fornecer água filtrada gratuitamente, se assim for solicitado. Qualidade e cortesia são valores que o restaurante preza acima de tudo”, diz o Carlota, em nota.

O restaurante afirmou que não faz parte da ação judicial, ajuizada pela CNTur, que questiona a Lei da Água da Casa.

“Aos clientes que solicitarem, o restaurante oferece, gratuitamente, água filtrada”.

Lei questionada

O processo impetrado pela CNTur é uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), utilizada para questionar uma norma pública com o argumento de que ela viola a Constituição.

A CNTur é ligada ao sindicato de restaurantes da cidade – ambas as entidades ficam no mesmo prédio, no Largo do Arouche, região central.

O advogado Carlos Augusto Pinto Dias, que representa a CNTur no processo, argumenta que a ação tem motivos econômicos, pois os restaurantes não acham justo ter de arcar com os custos da água – que eles têm de pagar para adquiri-la.

“A água não é de graça. Ela tem um custo. Providenciar o filtro tem um custo”, argumenta o advogado. “Nem o Estado dá água de graça para as pessoas”, afirma.

Decisão vale para todos

A decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que classificou a lei como inconstitucional, vale para todos os bares e restaurantes da cidade, não apenas aqueles filiados à CNTur.

O advogado da entidade destaca que os estabelecimentos que quiserem continuar dando água de graça para seus clientes podem fazê-lo.

Mas pondera que os restaurantes que não quiserem disponibilizar a água gratuita, pelo menos até a decisão do STF, podem manter a recusa.

(Com informações de Metrópoles)
(Foto: Reprodução)

Por Redação

O Brasil Independente é um veículo jornalístico que tem como valores a defesa da soberania e de um projeto nacional emancipador.

Aponte sua câmera

ou

Chave: brindependentetube@gmail.com

Assine nossa Newsletter!

Cadastre-se agora e receba nossas novidadesx

Assine nossa Newsletter!

Cadastre-se agora e receba nossas novidades

Sair da versão mobile