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Rússia faz ameaça nuclear – O conflito entre Rússia e Ucrânia entra em sua 48ª semana com a possiblidade de uma nova escalada.
Nesta quinta-feira (19), véspera da reunião em que aliados ucranianos prometem um pacote robusto de novas armas que pode incluir tanques de guerra até agora não enviados para a região, a Rússia reagiu.
O Kremlin ameaça utilizar armas nucleares em território ucraniano, o que poderia resultar em uma nova guerra mundial.
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“Baladeiros políticos subdesenvolvidos repetem como mantra: ‘para obter a paz, a Rússia precisa perder’. Nunca lhes ocorre trazer a seguinte conclusão elementar disso: a derrota de uma potência nuclear numa guerra convencional pode levar a uma guerra nuclear. Potências nucleares não perdem conflitos em que seu destino está em jogo”, escreveu Dmitri Medvedev, representante da linha dura do Kremlin, em uma rede social.
A declaração precede o encontro do grupo de 50 países liderados pelas forças da Otan (Aliança Militar Ocidental) na base norte-americana de Ramstein, na Alemanha, marcado para esta sexta-feira (20).
Oficialmente, o Kremlin foi numa linha semelhante através do porta-voz Dmitri Peskov, ao comentar reportagem do jornal The New York Times, que cogita o apoio dos EUA a uma eventual ofensiva ucraniana contra a Crimeia.
A península tem valor estratégico e foi anexada em 2014 pela Rússia – após um plesbicito popular – , sendo atualmente a sede de sua frota do Mar Negro.
“Isso significaria elevar o conflito a um novo nível que não acabará bem para a segurança europeia”, disse Peskov.
Megapacote militar
Também nesta quinta, o governo da Suécia, que negocia sua entrada na Otan, anunciou que vai colocar no megapacote militar de sexta um número não divulgado de sistemas de artilharia Archer, do qual tem 48 unidades e que é um dos melhores obuseiros autopropulsados do mundo.
Dependendo da munição utilizada, pode atingir alvos a 50 km de distância. O governo sueco também promete enviar 50 carros de combate leves.
Os Estados Unidos promete uma ajuda equivalente a US$ 2 bilhões e já anunciaram incluir 50 blindados Bradley e sistemas antiaéreos Patriot.
OTAN vai enviar tanques
O governo de Volodimir Zelenski pede cerca de 300 tanques para segurar a ofensiva russa no leste do país, que nesta quinta parece ter chegado ainda mais perto da vital cidade de Bakhmut, em Donetsk, na região de Donbass.
Especialistas avaliam que 100 tanques novos já ajudariam a equilibrar o jogo.
Até agora, a Otan evitava falar no envio de tanques por temer a reação russa. Isso mudou, e o Reino Unido fez o primeiro anúncio sobre armas do tipo nesta semana, prometendo 14 Challenger-2 para o pacote de sexta.
Alemanha resiste
O fato elevou a pressão sobre a Alemanha, que produz o tanque moderno mais utilizado na Europa, o Leopard-2.
O governo alemão resiste à ideia, mas está sendo pressionado não só para enviar alguns dos seus 376 blindados, mas principalmente para autorizar os outros operadores a enviar seu produto para uma terceira parte.
Na quarta (18), autoridades alemãs falaram sob anonimato que Berlim só liberaria os Leopard se Washington enviasse seus poderoso tanques M-1A2 Abrams para o conflito.
EUA desconversam
A reação norte-americana foi imediata, negando tal possibilidade no atual momento do conflito no leste europeu.
“Acho que não estamos lá ainda. O Abrams é um equipamento complexo, caro, difícil de treinar seu uso”, afirmou Colin Kahl, assessor do Pentágono.
Enquanto o debate ocorre, os ucranianos elevam a cobrança com os russos atacando a leste.
“Nós não temos tempo. A questão dos tanques precisa ser resolvida o mais rapidamente possível, nós estamos pagando pela demora com a vida do nosso povo”, afirmou o assessor presidencial ucraniano, Andrii Iermak.
(Com informações de Folha de S. Paulo)
(Foto: Reprodução)