Independência de separatistas da Ucrânia – O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta segunda-feira (21) que a Rússia irá reconhecer “em breve” a independência de duas regiões separatistas da Ucrânia.
A decisão foi divulgada pelo Kremlin à agência estatal RIA. Segundo essa agência, o mandatário russo já informou a decisão para o presidente francês, Emmanuel Macron, e para o chanceler alemão, Olaf Scholz.
“Hoje, a Ucrânia é uma colônia com um regime fantoche”, disse Putin.
O chanceler alemão condenou as declarações de Putin sobre as áreas separatistas, segundo seu gabinete.
O francês convocou uma reunião de emergência para tratar do tema.
O russo havia afirmado mais cedo que não tem a intenção de anexar as áreas Donetsk e Luhansk.
🇷🇺🇺🇦 URGENTE: Ao lado de líderes separatistas, presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconhece a independência de regiões separatistas da Ucrânia. pic.twitter.com/DEk8BNOEJW
— Eixo Político (@eixopolitico) February 21, 2022
Em uma transmissão pela TV, Putin se reuniu com seu conselho de segurança e disse que a ameaça à Rússia aumentará substancialmente caso a Ucrânia se junte à aliança militar Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Na semana passada, o Parlamento russo aprovou um pedido para que o presidente reconhecesse as autodeclaradas repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk, no leste ucraniano.
Se aprovado, o movimento pode inflamar ainda mais o impasse sobre uma escalada militar russa perto da Ucrânia que tem alimentado temores do Ocidente de que Moscou possa invadir.
A Rússia nega qualquer plano de invasão e acusa o Ocidente de histeria.
Ao mesmo tempo, também nesta segunda, militares russos disseram que tropas e guardas de fronteira impediram um grupo de violar a fronteira da Rússia a partir do território da Ucrânia, e que cinco pessoas foram mortas.
As informações são de agências de notícias russas.
A Ucrânia negou a reportagem das agências de notícias russas, dizendo ser informação falsa, e acrescentou que nenhuma força ucraniana estava presente na região de Rostov, onde o incidente teria ocorrido.
“A situação em Donbas (na Ucrânia) está se tornando crítica […], a Ucrânia não é apenas um país vizinho, é uma parte inerente de nossa história. Nossa família” – Vladimir Putin
Violações de cessar-fogo
Houve mais de 1.500 registros de violações de cessar-fogo em 24 horas no leste separatista pró-Rússia da Ucrânia, um recorde até agora neste ano, informou a Monitores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) no sábado (19).
Da tarde de quinta-feira à noite de sexta-feira, observadores da OSCE registraram 591 violações do cessar-fogo em Donetsk e 975 em Luhansk, os dois enclaves separatistas.
Os combates mais intensos ocorreram no noroeste da região de Luhansk, cerca de 20 quilômetros a sudeste de Severodonetsk, uma localidade leal ao governo de Kiev.
Na semana passada, separatistas de Donetsk, na Ucrânia, removeram civis para a Rússia.
Fonte: G1
Foto: Alexey Nikolsky/Kremlin
EUA acusam Rússia; Biden diz que Putin vai invadir a Ucrânia
Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden disse que na visão dos americanos, o presidente russo Vladimir Putin já tomou a decisão de invadir a vizinha Ucrânia.
A afirmação foi feita à imprensa nesta sexta-feira (18), em Washington.
“Nós acreditamos que as forças russas vão atacar a Ucrânia nos próximos dias. Acho que Putin já tomou a decisão de invadir”, afirmou.
Biden acrescentou que tem compartilhado todas as informações que possui sobre a crise entre Rússia e Ucrânia com os países aliados e fez acusações contra a Rússia ao dizer que não há provas de que os ataques à região separatista da Ucrânia são de autoria do governo ucraniano, o que seria “mentira”.
“Nos últimos dias, vimos violações de cessar-fogo na região separatista da Ucrânia. Houve um ataque que disseram ter sido feito pelos ucranianos, o que é mentira. Os separatistas dizem que a Ucrânia estaria atacando a Rússia. Não há lógica por trás disso, a Ucrânia não escolheria fazer isso. Não há provas.”
O presidente americano, no entanto, não apresentou nenhuma evidência que sustentem suas alegações.
Para Biden, essas informações ‘falsas’ teriam como objetivo criar um pretexto para que a Rússia possa invadir o país vizinho.
“As forças ucranianas têm-se mantido firmes, não morderam a isca para entrar em guerra. Nós acreditamos que a Rússia atacará a Ucrânia nos próximos dias, mas não queremos um conflito. Queremos fazer tudo o que está ao nosso alcance para evitar um ataque.”
Joe Biden afirmou que os EUA e seus aliados apoiarão a Ucrânia em caso de guerra. Ao mesmo tempo, reconheceu que já enviou armas, munição e dinheiro para o governo ucraniano.
“A Rússia pode escolher a diplomacia, e podemos voltar à mesa de negociação, mas, se houver algum ataque, fecharemos a porta da diplomacia, e eles pagarão um preço alto por isso”.