Rússia mobiliza 300 mil soldados – O presidente russo Vladimir Putin anunciou nesta quarta-feira (21) uma mobilização militar de 300 mil soldados no país, a primeira desde a Segunda Guerra Mundial, elevando a tensão no que já vem sendo considerado o uma das fases mais perigosas do conflito contra a Ucrânia.
O Kremlin, mesmo diante da abertura da Assembleia Geral da ONU, voltou também a flertar com ameaças nucleares, alertando que utilizará de “todos os meios disponíveis” diante do que Putin acusa ser uma tentativa do Ocidente de “destruir nosso país”.
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Em declaração em rede nacional, o presidente russo responsabilizou as nações ocidentais por iniciarem uma guerra por procuração com a Rússia.
O alto comando russo indicou que a mobilização do país poderá envolver 300 mil soldados, além de um aumento no financiamento para impulsionar a produção de armas da Rússia.
“Repito, estamos falando de mobilização parcial, ou seja, somente os cidadãos que estão atualmente na reserva estarão sujeitos ao alistamento e, acima de tudo, aqueles que serviram nas forças armadas têm uma certa especialidade militar e experiência relevante”, disse.
O governo chinês emitiu comunicado apelando para que a crise seja resolvida por meio do “diálogo”.
Putin deixou claro em seu discurso que o Ocidente, ao financiar a resistência ucraniana, cruzou linhas importantes na relação com Moscou e que, portanto, a operação já colocaria em risco a segurança russa.
Governos como o do Reino Unido alertaram que as ameaças do Kremlin devem ser levadas a sério.
“Claramente é algo que devemos levar muito a sério porque, você sabe, não estamos no controle – também não tenho certeza se ele está no controle, na verdade”. Isto é obviamente uma escalada”, disse a ministra britânica das Relações Exteriores Gillian Keegan à Sky News.
Putin ainda afirmou que a responsabilidade pela guerra é do Ocidente, que se envolveu em uma suposta “chantagem nuclear” contra a Rússia. O chefe do Kremlin insistiu que o país tinha “muitas armas para responder” e mandou um recado claro: “isso não é um blefe”.
“Para aqueles que se permitem tais declarações em relação à Rússia, quero lembrar que nosso país também tem vários meios de destruição, e para componentes separados e mais modernos que os dos países da Otan e quando a integridade territorial de nosso país for ameaçada, para proteger a Rússia e nosso povo, certamente usaremos todos os meios à nossa disposição”, disse Putin.
A nova ameaça ocorre num momento em que representantes do Kremlin instalados em áreas ocupadas da Ucrânia anunciaram planos para a realização de referendos imediatos sobre a adesão dessas regiões à Rússia.
As votações – previstas para este fim de semana em Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia – permitiriam ao Kremlin afirmar que estava “defendendo” seu próprio território e seus cidadãos.
Putin deixou claro que a Rússia vai apoiar os referendos, considerados pelo Ocidente como “altamente suspeitos”.
Em 2014, um referendo com aprovação de mais de 90% anexou o território da Crimeia à Rússia.
(Com informações do UOL)
(Foto: Reprodução)