Juros do consignado do INSS – Ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT) quer aproveitar a decisão do Copom do Banco Central (BC) pela redução da Selic – de 13,75% para 13,25% ano – para voltar a discutir o teto dos juros cobrados nos empréstimos consignados para aposentados e pensionistas do INSS.
Lupi travou esta mesma batalha meses atrás, conseguindo reduzir o teto para 1,97% ao mês para os empréstimos feitos com desconto em folha.
O ministro defende agora uma nova redução dessa taxa. No início do ano, Calos Lupi chegou a estabelecer um teto de 1,70%, que acabou majorado para 1,97% por conta do boicote dos bancos privados – e surpreendente, dos bancos públicos ligados ao Ministério da Fazenda.
Nesta quinta-feira (03), Lupi concedeu entrevista ao Valor Econômico e adiantou que quer voltar a estudar o tema, diante da redução da taxa básica de juros efetuada pelo BC – e também pelo Copom ter sinalizado cortes na mesma magnitude para as próximas reuniões.
“Nós vamos estudar isso [possibilidade de redução do teto dos juros cobrados do consignado do INSS]. Minha proposta era 1,70%, fui chamado de ignorante, surreal, despreparado, que não sabia nada, hoje já está sendo cobrado por alguns bancos esse valor”, afirmou ao Valor.
Bancos públicos puxam juros para baixo
Carlos Lupi se referia aos bancos públicos, visto que a Caixa – que já estava cobrando 1,74% ao mês antes da queda da Selic – anunciou que a partir de quinta passou a cobrar 1,70% ao mês.
No mesmo sentido, as taxas do consignado do INSS no Banco do Brasil foram ajustadas de 1,81% para 1,77% ao mês, na faixa mínima, e de 1,95% para 1,89% ao mês, no patamar máximo.
Lupi ressaltou que uma nova redução do teto dos juros ainda precisa ser estudada e que isso será feito nas próximas semanas pelo ministério. O ministro pretende trazer o tema ao Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), responsável por fixar a alíquota do teto que precisa ser seguida pelos bancos, ainda neste mês.
No início do governo, o teto de juros era de 2,14% ao mês para os empréstimos com desconto em folha. Lupi derrubou o teto para 1,70%, mas a redução foi suspensa diante do boicote dos bancos privados sob a alegação de que era uma alíquota impraticável.
Após negociação, no fim de março, o teto subiu para 1,97%.
(Com informações de Valor Econômico)
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