Categorias
Política

Senadores do PT propõem lei que atinge Petrobras, diz jornalista

PT Petrobras – O jornalista econômico Cézar Fonseca, de Brasília, editor da página “Brasil 21”, afirmou que o Projeto de lei 1472/2021, de autoria e relatoria, respectivamente, dos senadores petistas, Rogério de Carvalho(PT-SE) e Jean Paul Prates(PT-RN), previsto para discussão e votação ainda no primeiro trimestre do ano, “pode, contraditoriamente, virar grande instrumento político eleitoral capaz de favorecer a candidatura de Bolsonaro”. O comentário foi publicado em sua página pessoal do Facebook.

Segundo Cézar, o projeto é para, essencialmente, “utilizar a riqueza fantástica acumulada pela alta dos preços dos combustíveis – provenientes da política antinacional de paridade de preços de importação (PPI) praticada pela Petrobrás, que dolariza as cotações dos derivados – para subsidiar consumidores revoltados com os intermitentes reajustes da gasolina e do diesel a cada semana”.

No texto Cézar detalha que “tal subsídio funcionaria como redutor de preço e aumento indireto do poder de compra dos assalariados consumidores; Bolsonaro levaria ou não os louros do projeto? Afinal seria ele, em última instância, quem irá sancioná-lo, como fez com o Auxílio Emergencial de R$ 600, em plena pandemia, quando sua popularidade subiu absurdamente de uma hora para outra”.

O jornalista acrescenta: “Em contrapartida, esse subsídio representa dinheiro público que será transferido às multinacionais do petróleo, aumentando seus lucros, com compromisso delas de manterem investimentos crescentes no país, enquanto, certamente, faltarão mais recursos, ainda, para as áreas sociais, como educação, saúde, infraestrutura etc; segundo denuncia relatada, no site Viomundo, por Raquel Sousa, advogada de sindicatos de petroleiros e historiadora, e Rafael de Paula Prado Alvarelli, presidente do Sindipetro SJC (São José dos Campos e Região) e dirigente da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)”.

Ainda de acordo com Cézar Fonseca, “teoricamente, os senadores do PT, com o PL 1472/2021, prometem redução do preço da gasolina para R$ 3 o litro e o gás de cozinha de 13 kg a R$ 20; vigoraria, então, média de preços vigente ao longo dos governos Lula e Dilma; porém, quem garantiria a efetividade dos investimentos das multis como contrapartida da continuidade da política de paridade de preços de importação, amplamente, contestada, graças a sua impopularidade diante dos consumidores frente à dolarização dos derivados de petróleo?”

Ele mesmo, Cézar Fonseca, responde a pergunta:

“O Brasil perde vantagem comparativa de dominar toda a cadeia do petróleo – do poço ao posto –, para se transformar em exportador de produto primário e importador de produto manufaturado com elevado valor agregado; a lucratividade advinda dessa mudança implica em reprimarização econômica da cadeia petrolífera e prejuízo certo com deterioração nos termos de troca. Exporta-se em real o produto bruto e importa-se produto industrializado em dólar, acumulando prejuízos”.

Na opinião do articulista do “Brasil 21”, “tal estratégia entreguista das riquezas nacionais a preço de banana, conforme determina projeto de lei dos senadores petistas, estará sendo possível graças ao fato, como reconhece Paul Prates, de a Petrobrás, bem como o governo, estarem, com a paridade de preços de importação, acumulando dividendos, royalties, participações governamentais na indústria do petróleo, enquanto se valorizam reservas internacionais; da mesma forma, ampliam fundos estatais que têm superávits como resultado de todas essas operações sobreacumuladas; Raquel e Rafael, que denunciam a trama antinacionalista, permitida pelo PL 1472/2021, explicam que todas essas fontes, normalmente, vinculadas à alta excepcional do dólar e do petróleo, seriam jogados num fundo financeiro, em forma de conta de compensação, que garantiria, então, para as multinacionais, beneficiárias da privatização da Petrobrás, elevados lucros adicionais à privatização das refinarias da estatal brasileira; aumentaria o preço internacional para o refinador e para o importador, motivando-os, teoricamente, manter em alta os investimentos no Brasil”.

Cézar Fonseca conclui:

“Resumo da ópera: governo Bolsonaro lançaria mão do resultado das aplicações bilionárias desse fundo para praticar, em ano eleitoral, preços mais baixos ao consumidor; tentaria aproximar das cotações praticadas pelo governo Lula e Dilma, só que não mediante fortalecimento da Petrobrás e da industrialização nacional por ela alavancada, mas, ao contrário, às custas do seu enfraquecimento relativo, decorrente da desindustrialização da petroleira, que passou a exportar óleo bruto e a importar produto refinado a preços dolarizados”.

E finaliza: “No fundo, a população estará perdendo o seu maior patrimônio como agente desenvolvimentista, papel que, historicamente, a Petrobrás representou, até agora” e o pior de tudo, em benefício (eleitoral) de Bolsonaro que ganharia uma sobrevida “neste momento em que está nas cordas, abrindo o bico”, na opinião do jornalista.

Foto: Divulgação

RECEBA NO SEU CELULAR AS NOTÍCIAS MAIS IMPORTANTES DO DIA

Telegram: AQUI
Whatsapp: AQUI

Veja mais notícias no BRI.

Por Redação

O Brasil Independente é um veículo jornalístico que tem como valores a defesa da soberania e de um projeto nacional emancipador.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Aponte sua câmera

ou

Chave: brindependentetube@gmail.com

Assine nossa Newsletter!

Cadastre-se agora e receba nossas novidadesx

Assine nossa Newsletter!

Cadastre-se agora e receba nossas novidades

Sair da versão mobile