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A Vaza Jato continua fazendo vítimas com os vazamentos dos diálogos entre Sergio Moro e procuradores da Lava Jato. Entre eles, Deltan Dallagnol, então procurador-chefe da investigação em Curitiba.
Em conversa no aplicativo Telegram em 25 de janeiro de 2016, Dallagnol declarou que Érika Marena, delegada da Polícia Federal, registrou um depoimento de testemunha que não havia sequer sido ouvida.
“Como expõe a Erika: ela entendeu que era pedido nosso e lavrou termo de depoimento como se tivesse ouvido o cara, com escrivão e tudo, quando não ouviu nada… Dá no mínimo uma falsidade… DPFS são facilmente expostos a problemas administrativos.”, disse Dallagnol, receoso.
O procedimento de Marena foi revelado em diálogos entre os procuradores Deltan Dallagnol e Orlando Martello Júnior, que foram hackeados.
Na conversa, Dallagnol lamenta que Marena poderia “sair muito queimada nessa” e que “pode dar falsidade contra ela”. As informações foram publicadas pelo portal
Suicídio de reitor da UFSC
A delegada Érika Marena ainda conduziu investigação que é apontada como uma das responsáveis pelo suicídio do então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier. Ele se matou em outubro de 2017, depois de ser preso pela PF a mando de Marena, sob acusação de “obstrução de justiça”. Meses depois, a investigação foi encerrada pela PF por falta de provas.
Em sua última carta antes de tirar a própria vida, o reitor se disse humilhado injustamente. Veja parte da texto escrito por Cancellier.
“Não adotamos qualquer atitude para obstruir apuração da denúncia. A humilhação e o vexame a que fomos submetidos — eu e outros colegas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) — há uma semana não tem precedentes na história da instituição.
No mesmo período em que fomos presos, levados ao complexo penitenciário, despidos de nossas vestes e encarcerados, paradoxalmente a universidade que comando desde maio de 2016 foi reconhecida como a sexta melhor instituição federal de ensino superior brasileira; avaliada com vários cursos de excelência em pós-graduação pela Capes e homenageada pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Nos últimos dias tivemos nossas vidas devassadas e nossa honra associada a uma “quadrilha”, acusada de desviar R$ 80 milhões. E impedidos, mesmo após libertados, de entrar na universidade.”
As informações são do portal Brasil 247.
STF cobra Ministério da Justiça
Em meio ao embate com o governo Bolsonaro após mandar prender o deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), o STF resolveu atuar na celeuma.
A corte questionou o ministro da Justiça, André Mendonça, sobre a revelação de que a delegada que coordenou investigações da Lava Jato inventou depoimento de uma testemunha que não foi ouvida. A PF é subordinada a Mendonça.
Segundo informação dada pela jornalista Mônica Bergamo em sua coluna na Folha de S. Paulo, o ministro afirmou que investigaria os fatos.