Ex-presidente nacional do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE) avaliou que a eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidência em 2022 pode beneficiar o lançamento de um nome apoiado por partidos de centro.
Ao participar de uma live promovida pelo Valor Econômico na semana passada, Tasso disse que a entrada de Lula no cenário eleitoral abre “uma avenida muito larga” para o centro.
O senador, no entanto, ponderou que os partidos desse espectro político devem buscar um único candidato para 2022 e listou cinco opções colocadas até o momento: os governadores tucanos João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS), o apresentador Luciano Huck (sem partido), o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT).
Tasso Jereissati não descartou que o PSDB desista de ter candidatura própria, apesar de o diretório nacional do partido ter marcado uma prévia para 17 de outubro para definir o nome. “Quem quer ser apoiado tem que estar aberto a apoiar”, afirmou. “A possibilidade de Lula ser candidato aumentou ainda mais a consciência desses grupos de centro.”
Ao falar sobre a retomada dos diretos políticos de Lula, Tasso afirmou que o ex-presidente simboliza o que as pessoas veem como extrema esquerda e avaliou que o petista deve buscar uma aproximação com o centro para ter viabilidade eleitoral.
“Se Lula não vier em direção ao centro, suas chances de ganhar eleições serão pequenas”, disse. O tucano afirmou que espera ver um “Lula de centro, pregando paz”, mas que também poderá trazer rancor, depois de ter ficado 580 dias preso em Curitiba.
Bolsonaro “queimado”
O senador afirmou que o presidente Jair Bolsonaro está “queimado” para o “centro mais consciente” e criticou sobretudo a gestão do presidente no combate à pandemia. Para Tasso, a atuação de Bolsonaro contra o novo coronavírus é “imperdoável” e foi “criminosa”. O tucano, no entanto, ponderou que tanto Lula quanto Bolsonaro terão de buscar os eleitores de centro para terem chance de vencer a disputa presidencial no próximo ano.
Apesar das tentativas de aproximação tanto de Lula quanto de Bolsonaro em relação aos partidos de centro, Tasso defendeu uma candidatura própria desse espectro político e afirmou que é preciso buscar a unidade. “Esse espaço, se for bem trabalhado pelos políticos de centro, Tasso defendeu uma candidatura própria desse espectro político e afirmou que é preciso buscar a unidade.
“Esse espaço, se for bem trabalhado pelos políticos de centro verdadeiro, teremos uma avenida muito larga para penetrar. Existe uma decepção muito grande com a experiência Bolsonaro e a experiência Lula”, disse.
Segundo o senador, o “trunfo do centro” será justamente ter um candidato único em 2022. “Vai depender de nós, políticos de centro, que somos a maioria, escolher bem um candidato que possa representar esse equilíbrio”, afirmou Tasso Jereissati na “live”.
Para o tucano, é possível que o centro atraia os eleitores que são contrários a Lula. “O antipetismo não é tão cego para achar que qualquer coisa é melhor do que o PT”, disse. “A pandemia afeta e afetou a todos de maneira muito forte. Despertou muita consciência em muita gente.”
No exercício do segundo mandato como senador da República, Jereissati foi três vezes governador do Ceará e presidente do PSDB. No Senado, relatou a reforma da Previdência, a Lei das Estatais e o marco legal do saneamento e integra a Frente Parlamentar da Renda Mínima.
No PSDB, tem se insurgido contra alinhamento ao governo federal e pelo aprofundamento das investigações da condução da pandemia.
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