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Trabalhadores são resgatados em fazenda de café “gourmet” em MG

Trabalhadores são resgatados em fazenda de café – Um produtor de café “gourmet” que exibe um selo de sustentabilidade em sua embalagem teve sete trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão por um grupo de fiscais do Ministério do Trabalho na última colheita de café em Minas Gerais. 

Em São Paulo, uma família de bolivianos foi resgatada pela Polícia Civil pelo mesmo motivo, nesta segunda-feira (13). Na ocasião, agentes encontraram uma criança de 4 anos amarrada.

Durante uma fiscalização do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, quatro homens e três mulheres foram encontrados em uma propriedade das Fazendas Klem em Manhumirim em instalações precárias, sem acesso a recursos básicos como higiene e local para alimentação. 

De acordo com o relatório dos fiscais do GMóvel, os trabalhadores foram instalados em uma casa com banheiro sem descarga, ao lado de esgoto a céu aberto. Além disso, não foram fornecidas as ferramentas de trabalho, material de proteção e nem abrigo para alimentação quando estavam na lavoura. 

“A moradia estava completamente suja; não eram fornecidas roupas de cama, não havia local para tomada de refeições, lavanderia para higienização das roupas e objetos de uso pessoal. As refeições preparadas pelos próprios trabalhadores eram realizadas no alojamento que não possuía condições de conservação, asseio, higiene e segurança”, diz o documento. 

O caso foi resolvido em uma audiência na unidade regional do Ministério do Trabalho, após o proprietário pagar o que devia aos trabalhadores, que voltaram à Bahia. Ele recebeu uma multa de R$ 13 mil por pessoa. 

Apesar de ter concordado em pagar os trabalhadores, Cesar Viana Klem, proprietário do negócio, disse em uma publicação que fez em 7 de março em uma rede social que “criaram uma narrativa de trabalho análogo a escravo” envolvendo sua empresa. 

“Nós tívemos nossa propriedade ‘invadida’ por ‘supostos trabalhadores’, que criaram uma narrativa de ‘trabalho análogo a escravo’ que está nos levando à falência. Se nada for feito no sentido de auxiliar o agricultor, essa esquerda vai destruir o agronegócio brasileiro!!!!!”, escreveu ao comemorar a prisão de José Rainha, líder da FNL (Frente Nacional de Lutas Campo e Cidades). 

A Fazendas Klem era um dos poucos produtores de café do país a ostentar o selo Rainforest Alliance, uma ONG que atesta a sustentabilidade de produtores agrícolas em todo o mundo.  

A organização diz em seu site atesta que determinado produto ou ingrediente “foi produzido por agricultores, silvicultores, e/ou empresas trabalhando em conjunto para criar um mundo onde as pessoas e a natureza prosperam em harmonia”. 

Procurada pela Folha de S. Paulo, a Rainforest Alliance informou que a produtora de café não conta mais com a certificação. 

(Com informações de Folha de S. Paulo)
(Foto: Reprodução)

Por Redação

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