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Trabalhistas históricos: Quem foi Albuíno Azeredo?

Quem foi Albuíno Azeredo – Nas estaduais de 90, o PDT elegeu 3 chefes de executivo. Dois deles, Collares (RS) e Albuíno Azeredo (ES), foram os primeiros governadores negros da história brasileira. Sobre o segundo, muito pouco é comentado.

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Na internet, as fontes são muito escassas. Maioria das informações que constam nesse fio foram tiradas ou de entrevistas (dos filhos e do próprio Albuíno) ou da biografia escrita por Antônio de Pádua Gurgel.

Albuíno nasceu em 1945, em Argolas, Vila Velha. Filho de uma professora e um contador, recebeu bolsa para estudar em um colégio particular. Sempre entre os primeiros da turma, começou a trabalhar na feira e dar aulas para colegas no intuito de ajudar o sustento da família.

No final da vida escolar, passou ao mesmo tempo para a AMAN e para a UFES. Optando pela federal, cursou engenharia. Durante a faculdade, foi eleito vice no diretório acadêmico. Por se preocupar com o sustento de casa, no entanto, não teve atuação política ativa na época.

Trabalhou na Vale, mas largou o emprego para fundar a Enefer (empresa de consultoria de projetos) com 3 colegas. No Rio, começou dar aulas na UFRJ.

Enquanto morava na capital fluminense, já em plena democracia, recebeu um convite do governador capixaba Max Mauro para trabalhar na secretaria de transportes. Contra a vontade da família, Albuíno voltou para o Espírito Santo e iniciou a sua trajetória política.

Daí, cultivou uma experiência brilhante. Barateou, sem reduzir a qualidade, o custo das obras e revolucionou a estrutura de transportes da região metropolitana com o “Transcol”. No final do mandato, dezenas de prefeitos já tinham escolhido um sucessor para Max Mauro: Albuíno.

Sem o apoio inicial de Max Mauro e do MDB, Albuíno precisava de um partido. Devido à sua admiração por Brizola, o secretário escolheu o PDT para disputar o palácio Anchieta.

Tinha menos de 1% das intenções de voto. Por outro lado, o líder da corrida, José Ignácio (favorito da elite capixaba e candidato de Collor) tinha uma alta rejeição. Com o desenrolar e, graças ao apoio dos prefeitos, Albuíno começou a crescer nas projeções eleitorais.

Já com o apoio de Max Mauro, o crescimento da campanha pedetista assusta o aliado de Collor no estado. Revoltado, Ignácio começa a acusar Albuíno de ladrão.

OBS: ó como tá hoje

D. Normília, mãe de Albuíno, aparece para defender o filho. Em pleno horário eleitoral, dá um esporro no adversário:

“Senador, (…) como pode chamar meu filho de ladrão? (…) muitas vezes deixei de comer pão no café da manhã para educá-lo como um homem honesto e decente”.

Nesse ponto da campanha, Albuíno dispara. Saindo vencedor, começou um governo com a antipatia do presidente, que fez de tudo para derrubá-lo. Na bancada do ES no congresso, tinha apoio de um único deputado: Aluízio Santos-PDT.

Mesmo assim, e em meio ao caos da hiperinflação, o governo Albuíno realizou grandes feitos. Com recorde nos investimentos em saneamento, lançou o Prodespol e instalou parabólicas nas escolas (o que viabilizou as primeiras experiências de ensino a distância no estado).

Albuíno também saneou as contas e acertou a situação do salário de funcionários públicos. Além disso, lançou uma linha de financiamento para filmes, com o intuito de criar o Polo Cinematográfico Capixaba.

Ainda no palácio Anchieta, ele concedeu exclusividade nos serviços de distribuição de gás para a Petrobrás, por compreender que as pesquisas da estatal são fundamentais para o setor.

Ao trazer Mandela para o Brasil, Albuíno foi vítima de uma tentativa fracassada de impeachment (sim, acredite). A entrevista em que ele comenta isso:

Após terminar seu mandato, foi chamado para trabalhar no governo do Rio. Durante esse período, Albuíno esteve no comando da construção do Metrô em Copacabana, por exemplo. Há várias questões da sua vida, como a disputa de 1998, sobre as quais não consegui informações.

Por Bernardo Brandão, carioca, aluno da UFRJ, filiado ao PDT e militante da Juventude Socialista

*Texto publicado originalmente no Twitter

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Este texto é opinativo e não reflete, necessariamente, a opinião do site Brasil Independente.

(Foto: Reprodução)

Por Redação

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