“Bolsonaro é burro” – Ex-mulher de Valdemar Costa Neto, Maria Christina Mendes Caldeira contou que seu ex-marido, presidente do PL, partido que o ex-presidente Jair Bolsonaro é filiado, sempre considerou o ex-presidente “burro”, mas se aproximou dele por uma “conta política”.
“O Valdemar sempre disse que o Bolsonaro é burro e do baixo clero. Mas ele fez uma conta política. Hoje está liderando esses malucos da extrema-direita. Ele [Valdemar] é uma águia, já sabia quantos votos ia ter em cada urna antes mesmo da eleição”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo.
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Famosa por suas declarações polêmicas sobre os bastidores da política, Maria Christina tem dúvidas sobre a longevidade da aliança entre os dois devido ao temperamento de Bolsonaro.
“Eu não sei quanto tempo vai aguentar esse arranjo. Afinal, o Bolsonaro equivale a umas cinco mulheres com TPM ao mesmo tempo.”
Já a Michelle…
No ano passado, Maria Christina insinuou em uma live em suas redes sociais que Michelle Bolsonaro se relacionou com Valdemar antes de se casar com Bolsonaro, o que confirmou na entrevista. “Deu umas saídas [com Valdemar]”, contou.
E ela vai além sobre a ex-primeira-drama: “Tudo o que Bolsonaro tem de burro, ela [Michelle] não tem”, disse.
Segundo seu relato, Michelle foi a Brasília justamente em busca de um par no meio político. Ela e Bolsonaro se casaram em 2007, quando seu atual marido era deputado federal.
“A Michelle era o que a gente chama de Maria Emenda. Meninas que vêm do entorno de Brasília, ou mesmo do interior, atrás de políticos poderosos na capital.”
Os relatos de que Valdemar e Michelle já tiveram um relacionamento não parece incomodar Bolsonaro.
Na semana passada, a ex-primeira-dama esteve em Brasília com o presidente do PL para uma festa em apoio à candidatura de Rogério Marinho à presidência do Senado.
Durante a festa, Michelle e Valdemar ligaram juntos para o ex-presidente, que ainda está nos Estados Unidos e falou por vídeo com os convidados.
Guerra com o PL
Maria Christina ganhou destaque no noticiário quando depôs na CPI do Mensalão em 2005 e declarou ter presenciado a entrega de malas de dinheiro envolvendo o ex-marido.
Em 2017, ela se mudou para o Estados Unidos, onde diz ter buscado asilo político devido à perseguição que sofre do PL.
“Existem 22 queixas-crime do PL contra mim. Sofri três acidentes de carro. Num deles, em maio de 2009, capotei quatro vezes, depois de ser abalroada por um veículo que vinha a mais de 100 km por hora. E tive um revólver apontado para a minha cabeça uma dez vezes. Era um modus operandi. Antes de cada operação estourar, vinha alguém me ameaçar: ‘Se você falar alguma coisa, a gente te mata’.”
Além disso, o PL move uma ação para receber R$ 408 mil do espólio do pai de Maria Christina, alegando que ela gastou essa quantia dos cofres do partido quando era casada com o ex-deputado federal.
“O Valdemar pôs no nome do partido um monte de coisas que já eram minhas antes de nos casarmos. E ainda quer mais.”
Dinheiro desaparecido
A ex-mulher de Valdemar contou ainda que foi em 2004, durante uma viagem oficial a Taiwan, que percebeu pela primeira vez algo errado na conduta do ex-marido.
“Éramos convidados do governo de lá. Num almoço no Ministério taiwanês de Relações Exteriores, o ministro pediu para eu traduzir ao português o que ele iria falar em inglês para o Valdemar. E eu quase caí para trás. O cara disse: ‘A gente deu para você US$ 2 milhões [cerca de R$ 11 milhões pelo câmbio atual] para abrir um escritório comercial de Taiwan no Brasil. E até hoje, nada’. O Valdemar havia embolsado o dinheiro. Eu tinha ido dormir com o Martin Luther King e acordado com o Al Capone.”
Negócios
Maria Christina também deu uma explicação sobre o porquê de políticos do chamado “centrão” mudarem de lado, às vezes de forma drástica.
“Ciro Nogueira, Roberto Jefferson, Valdemar, eles são todos iguais. Atuam do mesmo jeito. Não são políticos. São homens de negócios.”
Esquerda ou direita?
Questionada sobre seu posicionamento político, Maria Christina se diz apenas “pró-democracia”. Apesar de ter declarado apoio a Lula no ano passado, ela rejeita a ideia de esquerda ou direita.
“E, por acaso, esquerda e direita existem no Brasil?”
(Com informações de Folha de S.Paulo)
(Foto: Reprodução)