Zambelli é abandonada em coletiva – A baixa adesão de parlamentares do PL ao lado de Carla Zambelli (SP) nesta quarta-feira (2) chamou a atenção e gerou um certo sentimento de pena entre alguns de seus correligionários.
Nos bastidores se comenta de que o PL já trabalha com a possibilidade de cassação de Zambelli. A deputada bolsonarista foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) nesta quarta e disparou uma mensagem em um grupo com cerca de 70 colegas de bancada pedindo que se juntassem a ela durante uma entrevista coletiva.
Do total de 99 representantes que o PL tem na Casa, apenas cerca de dez colegas apareceram.
Deputados ouvidos pela coluna de Mônica Bergamo no jornal Folha de S. Paulo contemporizam a baixa presença, afirmando que a mensagem pedindo apoio foi enviada em cima da hora. Já outros dizem que o pedido foi prontamente atendido por colegas que estavam disponíveis, como Cabo Gilberto Silva (PL-PB), Silvia Waiãpi (PL-AP) e Coronel Meira (PL-PE).
Entre os que reconhecem a falta de apoio público, há quem aponte as polêmicas causadas pela deputada como a causa do afastamento. Além da suposta parceria com o hacker Walter Delgatti investigada pela PF, o episódio em que ela sacou uma arma e perseguiu um opositor político pelas ruas de São Paulo na véspera no segundo turno das eleições de 2022 ainda é lembrado.
Na ocasião, Zambelli foi flagrada pelo jornalista do Brasil Independente, Vinicius Costa, em vídeo que rodou o país e o mundo. Bolsonaro, aliás, costuma culpá-la pela derrota para Lula, ocorrida no dia seguinte ao caso.
‘Xandão’
Outros integrantes do PL afirmam não ter participado da entrevista coletiva por temor de se tornar um alvo do Supremo Tribunal Federal (STF) e, principalmente, do ministro Alexandre de Moraes.
Nas palavras de um parlamentar, a oposição bolsonarista sente como se estivesse com um “x” em suas costas – situação que poderia se agravar com a associação à imagem de Zambelli.
Nesta quarta, a deputada teve seu gabinete na Câmara e endereços residenciais alvos de mandados de busca e apreensão, em operação da PF que prendeu o hacker conhecido como o da “Vaza Jato”. O passaporte de Carla Zambelli também foi apreendido na operação.
Os dois são suspeitos de atuarem em uma trama que mirava Moraes e que resultou na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão.
De acordo com Delgatti, a invasão no sistema foi solicitada por Zambelli. A PF afirma que o hacker recebeu valores via Pix de pessoas ligadas à deputada. Ela afirma que há uma tentativa de associar o ex-presidente à invasão do sistema.
(Com informações de Mônica Bergamo em Folha de S. Paulo)
(Foto: Reprodução/TV Câmara)