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50 anos da morte de Lamarca: Bolsonaro mente sobre ter ‘caçado’ guerrilheiro

50 anos da morte de Lamarca – Reportagem de Eduardo Reina em UOL, nesta sexta-feira (17), sobre os 50 anos da morte de Carlos Lamarca aponta que o presidente Jair Bolsonaro mente quando diz que “participou” da caçada ao capitão do Exército que desertou durante a Ditadura Militar (64-85) para se tornar um comandante guerrilheiro contra ao regime.

Leia abaixo a reportagem especial de Eduardo Reina, em UOL:

“No começo de 1970, Carlos Lamarca, o capitão que havia desertado do Exército para se tornar um comandante guerrilheiro contra a ditadura militar, estava na região do Vale do Ribeira, interior de São Paulo. Ele e seus homens realizavam treinamentos militares da guerrilha da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária).

A localização de Lamarca foi descoberta pelo Exército brasileiro que promoveu um cerco gigantesco para capturá-lo que durou 41 dias com ocorrência de episódios de confrontos a tiros entre os militares e os guerrilheiros. Mesmo assim, ele escapou. O episódio foi classificado como “embaraçoso” pelos Estados Unidos.

Documentos da diplomacia do governo dos Estados Unidos mostram que o país acompanhou as tentativas da ditadura militar de capturar e matar Carlos Lamarca, o que só aconteceu em 17 de setembro de 1971, no interior da Bahia.

“A embaraçosa derrocada do ano passado na região de Registro, no estado de São Paulo, durante o qual Lamarca escapou de uma grande força-tarefa militar, também serviu para aumentar a determinação das forças de segurança para ter a cabeça do líder terrorista”, relatou o diplomata Rountree em 30 de setembro de 1971. Rountree enviou seu telegrama 13 dias depois da morte de Lamarca.

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Bolsonaro e o mito da caçada a Lamarca

O episódio da caçada ao capitão no Vale do Ribeira é utilizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como parte da construção de sua própria “mitologia” política. Na época, ele tinha cerca de 15 anos de idade e morava em Eldorado Paulista (SP), uma cidade da região do Vale do Ribeira.

Levantamento da BBC Brasil mostra que Lamarca foi citado em pelo menos 33 discursos de Bolsonaro no plenário da Câmara dos Deputados desde 1995 até o fim de seu último mandato como deputado federal, em 2018. No ano seguinte, assumiu a Presidência da República.

Bolsonaro repetiu diversas vezes que, quando adolescente, ajudou os militares a procurarem o guerrilheiro na mata.

“Eu sou de Eldorado Paulista. Eu participei, de forma bastante discreta, porque tinha 15 anos de idade, da caça ao Lamarca, ao lado do Ribeira”, disse Bolsonaro em sessão da Câmara ocorrida em março de 2012.

A história é desmentida por um dos companheiros de Lamarca na luta armada: o capitão da reserva Darcy Rodrigues.

Cartaz da Ditadura Militar com Carlos Lamarca procurado / Foto: Reprodução

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“Num desses choques (tiroteios), sei porque eu estava lá, esse cidadão (Bolsonaro) estava num barzinho perto da entrada de Eldorado (antiga Xiririca da Serra). Houve o combate e ele fugiu. Era final de abril de 1970”, afirma.

Na época, Darcy Rodrigues era um sargento que tinha desertado do Exército junto com Lamarca, após roubarem 63 fuzis e metralhadoras de um quartel em Osasco, na Grande São Paulo.

São muitas as controvérsias na história contada pelo presidente da República. Uma delas é de que estaria na escola no momento em que as tropas do Exército localizaram o grupo de Lamarca em Eldorado Paulista. Ele chega a descrever ação dos professores que teriam mandado os alunos para casa por causa da troca de tiros.

Mas os registros militares atestam que as tropas chegaram a Eldorado no período da noite. Assim, Bolsonaro teria de ter aulas no período noturno. Contudo, a localidade não oferecia aulas noturnas à época.

“Você acha que o Exército iria pegar um garoto para ajudar a andar nas matas lá? Trouxeram mateiros profissionais do Nordeste”, disse Darcy Rodrigues.

Procurado pela reportagem do UOL, o Palácio do Planalto não se pronunciou.”

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Randolfe Rodrigues envia notícia-crime contra Bolsonaro ao STF

Vice-presidente da CPI da Covid, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ingressou com uma notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta das ações e dos discursos golpistas de Bolsonaro durante as manifestações do 7 de setembro ocorridas em Brasília e em São Paulo.

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O efeito colateral do golpismo de Jair Bolsonaro chegou rápido: Hamilton Mourão e Arthur Lira, ambos na linha de sucessão da Presidência, estão de antenas ligadas. Quem esteve com o vice diz que a paciência dele se esgotou e que ele estaria disposto a ir para o tudo ou nada contra Bolsonaro, mas sofre forte pressão do presidente.

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Por Redação

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