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8M: Mulheres precisam ter mais voz dentro do meio cristão

Mulheres precisam ter mais voz dentro do meio cristão e a esquerda tem que entender que os cristãos não são todos burros e fascistas

Estamos num momento muito difícil no Brasil em diversos aspectos. Obviamente, muito do que estamos vivendo em relação à pandemia, à economia e à educação se deu por conta da eleição de Jair Bolsonaro. Desde o seu negacionismo na pandemia, com inúmeros ataques à mídia, até problemas com a aprovação do auxílio emergencial e o atraso na compra de vacinas, que prejudicam, sobretudo, as mulheres brasileiras.

Ocorre que grande parte dos votos que ele recebeu veio do meio cristão, do qual eu faço parte. Mas é de extrema importância que se destaque que o meio evangélico não tem uma ideologia única. Há os que apoiam e os que não apoiam o presidente.

Partindo desse ponto, tornou-se absolutamente necessário que movimentos cristãos se posicionem com voz ativa na sociedade contra essa forma de governo, que pelo seu modo de operar dá a entender que deseja exterminar os pobres do Brasil, seja de fome ou de doença.

Sendo o meio cristão predominantemente ocupado por lideranças masculinas, é vital que se dê mais espaço às mulheres, e é isso que faz o movimento Cristãos Trabalhistas. Como um movimento de diálogo com a população, esclarecendo que não é preciso apoiar um fascista só por ele se dizer cristão. E, na outra ponta, esclarecer para o público de esquerda que os cristãos não são todos burros e fascistas.

É preciso ampliar o engajamento das mulheres nos movimentos comprometidos com a luta em favor da justiça social e contra as opressões de gênero e o machismo. Muitas mulheres são isoladas, postas de lado e desencorajadas a prosseguir, enquanto que a própria Bíblia fala da mulher virtuosa e relata uma mulher muito ativa na sociedade (Provérbios 31:10-20).

O próprio ensino cristão não é machista. O cristianismo foi uma evolução na luta das mulheres, visto que o judaísmo (a religião predominante no meio de Jesus e de onde ele nasceu) não permitia sequer que as mulheres entrassem nas sinagogas. Tinham que ficar do lado de fora atrás de uma grade.

Foi no cristianismo que as mulheres puderam ser diaconisas e líderes de igrejas nas casas. Para a época, foi um grande avanço, levando em conta o contexto histórico. É claro que há espaço ainda para muito mais avanços na liderança das mulheres dos tempos de hoje para a sua plena igualdade como criação de Deus.

Mulheres que antes tinham carga de trabalho tripla, em tempos de pandemia têm seu trabalho doméstico ampliado em muitas vezes. Muitas sofrem violência física e psicológica, e isso também aumentou com o isolamento social.

É preciso combater o machismo presente na sociedade. E isso tem que ser feito com o diálogo e a educação do povo. Essa é a tônica do nosso movimento. Através do diálogo, vamos construir pontes e abrir portas para o desenvolvimento do Brasil.

Sendo cristã, mulher, esposa e mãe, enxergo o quanto é difícil. Muitas vezes, devido às múltiplas demandas, as mulheres se calam. Mas eu digo não, nós também temos obrigação social com o nosso povo, as mulheres não podem deixar de posicionar.

Aproveito e convido os cristãos e cristãs a apoiarem o nosso movimento. Vamos juntos construir um Brasil onde as pessoas entendam que não existe nada de errado em querer um Brasil mais igual e desenvolvido para todos.

 

Por Gislene Coelho, graduada em Gestão Financeira, ativista política e presidente do movimento Cristãos Trabalhistas de São Paulo.

Este texto é opinativo e não reflete, necessariamente, a opinião do site Brasil Independente.

Por Redação

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