Share This Article
Agentes da Interpol prendem brasileiros – Suspeitos de integrar uma organização criminosa sediada em Lisboa que aplicava golpes no Brasil, três brasileiros foram presos por agentes do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) de Portugal, órgão ligado à Interpol, nesta terça-feira (07).
O caso era investigado havia cerca de um ano pela Polícia Civil do Distrito Federal.
China sobe tom contra EUA e alerta: “Consequências catastróficas”
Os agentes se disfarçaram de pessoas em situação de rua e prenderam Eduardo Rodrigues, 29, Victoria Miranda, 24, e Alan Cordeiro, 42, segundo mostrou a TV Globo.
A investigação mapeou cerca de 945 pessoas envolvidas no esquema que chegou a lesar vítimas em golpes que chegaram até R$ 1,5 milhão.
Todas as vítimas são do Brasil.
De acordo com as investigações, as ações aconteciam havia pelo menos quatro anos.
Milhões de reais saíram do país por meio de um “esquema bem estruturado de criptomoedas”, segundo a polícia.
Empresa de fachada
Os acusados trabalham em uma empresa de publicidade de fachada, que na verdade era, segundo as autoridades, focada em vender falsos investimentos na bolsa de valores.
A investigação aponta que a empresa era de um homem da República Tcheca que contratou centenas de brasileiros, sendo a maioria imigrantes ilegais.
Todo o dinheiro depositado nas contas das supostas empresas era desviado para contas pessoais dos criminosos, simulando uma perda na bolsa de valores.
Na manhã desta terça, foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva, bloqueio de contas bancárias, sequestro de criptoativos e derrubada de websites
Foram presos três brasileiros e uma portuguesa, procurados pelos crimes de peculato, fraude eletrônica e comercial, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Os presos serão extraditados para o Brasil e “submetidos aos procedimentos legais na esfera policial e justiça brasileiras”, explicou a polícia.
Páginas fakes
Para ajudar a convencer as vítimas de que os investimentos eram seguros e reais, os criminosos montaram diversas páginas de empresas fictícias, identificadas como Paxton Trade, Ipromarkets, Ventus Inc, Glastrox, Fgmarkets, 555 Markets, ZetaTraders.
“Tomados pelo desespero das perdas, eram incentivados a fazer novos investimentos com esperança de reverter o prejuízo. Ocorre que os novos investimentos também geravam outras perdas, alimentando uma bola de neve. Depois de perderem todas suas economias e se endividarem ainda mais em bancos, quando as vítimas não tinham mais um centavo para aplicar, os criminosos cortavam os contatos telefônicos e elas ficavam sem a quem recorrer” – Delegado Eric Sallum
Apesar de ter sede na Europa, a ação foi estruturada e propositalmente direcionada a atacar vítimas no Brasil, porque os criminosos sabiam que, caso atuassem contra cidadãos portugueses, de outros países da União Europeia ou dos Estados Unidos, a operação teria sido desarticulada com maior facilidade.
(Com informações de UOL)
(Foto: Reprodução)