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Alimentos disparam 166% na feira e esvaziam carrinhos – Com os efeitos do clima adverso e a pressão gerada pelos combustíveis sobre os fretes, os preços de alimentos tradicionais das feiras livres aceleraram no país.
Até março, a cenoura acumulou inflação de 166,17% em 12 meses, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE. O tomate, por sua vez, avançou 94,55%.
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Pimentão (80,44%), melão (68,95%), melancia (66,42%) e repolho (64,79%) também registraram fortes altas no período. Mamão (54,95%), abobrinha (44,99%) e alface (38,92%) tampouco escaparam da carestia.
PRESSÃO DO CLIMA E DOS CUSTOS
De acordo com o IBGE, a disparada de parte dos alimentos no início de 2022 reflete o impacto do clima.
Houve chuvas fortes em áreas do Sudeste e do Nordeste, enquanto o Sul amargou seca na largada do ano.
Os fenômenos extremos danificaram plantações, reduzindo a oferta e pressionando os preços finais.
Além disso, conforme o instituto, o aumento dos combustíveis também gerou reflexos, já que eleva os custos do transporte de mercadorias diversas, incluindo a comida.
Além de a pressão de custos seguir no radar, é necessário tempo para a recomposição da oferta nas plantações castigadas pelo clima, diz o analista.
Esse período varia de produto para produto. Algumas frutas podem levar um ano para a recuperação da oferta, enquanto hortaliças têm ciclos de produção mais rápidos, sinaliza Gomes.
A inflação da comida não é uma exclusividade do Brasil durante a pandemia, apesar de fatores internos terem intensificado a disparada.
Como mostrou reportagem da Folha, o principal índice global de preços de alimentos das Nações Unidas atingiu em março o maior nível em 61 anos, e série do FMI (Fundo Monetário Internacional) a partir de 1900 aponta recorde em cem anos.
Fonte: Folha de São Paulo
Foto: Divulgação