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Investigação contra Bolsonaro – Uma assessora do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) pediu dados sobre investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus familiares a Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
É o que mostra uma mensagem interceptada pela Polícia Federal (PF). A informação consta na decisão que embasa a operação realizada nesta segunda-feira (29) pela PF e que é assinada por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
A troca de mensagens ocorreu em outubro de 2022, período em que Ramagem já não era diretor da Abin, pois havia saído do cargo para disputar a eleição pelo partido do ex-presidente, o PL. Ele acabou eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, base política do clã Bolsonaro.
Bolsonaro e filhos fugiram da PF de barco? Entenda polêmica
Nas mensagens trocadas, a assessora de ‘Carluxo’, identificada como Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, diz ao ex-diretor-geral da Abin que está “precisando muito de uma ajuda” e na sequência, envia números de inquéritos, o nome da delegada da PF responsável por eles e avisa que as investigações se referem, aparentemente, a Bolsonaro e três de seus filhos.
Veja:
– “Bom diaaaaa Tudo bem?
– Estou precisando muito de uma ajuda”
Na sequência, envia a seguinte mensagem:
–”Delegada PF: Dra. ISABELA MUNIZ FERREIRA – Delegacia da PF Inquéritos Especiais
– Inquéritos: 73.830/73.637 (Envolvendo PR e 3 filhos)
– Escrivão: Henry Basílio Moura”
A Procuradoria-Geral da República (PGR) concluiu que o pedido de ajuda se referia de fato a investigações que envolveriam o então presidente Jair Bolsonaro, identificado na mensagem como PR (Presidente da República), e seus filhos.
Em outro episódio, as investigações apontam que Ramagem – quando ainda ocupada a direção-geral da Abin, em fevereiro de 2020 – imprimiu informações de inquéritos eleitorais da PF que tinham como alvo políticos do Rio de Janeiro.
Segundo Alexandre de Moraes, as provas colhidas pela PF mostram que os investigados usaram a Abin contra adversários e para “‘fiscalizar indevidamente o andamento de investigações em face de aliados políticos”.
Carlos Bolsonaro no ‘núcleo político’ do grupo
A operação desta segunda foi um desdobramento da realizada na última quinta-feira (25), que teve como principal alvo Alexandre Ramagem. Amiigo próximo da família Bolsonaro, Ramagem chefiou a Abin entre julho de 2019 a março de 2022, quando se afastou para disputar as eleições pelo PL de Bolsonaro.
Moraes afirma que Carlos Bolsonaro e duas assessoras integravam o “núcleo político” que, em conjunto com funcionários públicos – sob o comando de Ramagem -, “monitorou indevidamente ‘inimigos políticos’ e buscou informações acerca da existência de investigações relacionadas aos filhos” de Bolsonaro durante o mandato do ex-presidente.
Na decisão, Moraes acrescenta que as “provas indicam”, de forma “significativa”, a existência de uma “organização criminosa infiltrada na Abin”.
Segundo a PF, esse grupo era uma célula de um grupo ainda maior, que tinha por tarefa realizar “contrainteligência de Estado”.
(Com informações de G1)
(Foto: Montagem/Reprodução)