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Banqueiro diz ser consultado pelo BC sobre taxa de juros; áudio vazou

Banqueiro diz ser consultado pelo BC sobre taxa de jurosPoder360 – O dono do banco BTG Pactual, André Esteves, disse numa reunião na última quinta-feira (21) que foi consultado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre qual seria o limite para a queda da taxa de juros, a Selic. A conversa foi há mais de um ano, quando havia uma discussão teórica no país sobre qual deveria ser o que o mercado chama de “lower bound” da taxa básica de juros.

“Eu achei que a gente meio que… caiu demais os juros na pandemia, para esses 2%. Eu me lembro que… tem um conceito que chama lower bound, alguns aqui já devem ter ouvido falar, que é qual a taxa de juros mínima. E eu me lembro que o juros tava assim em uns 3,5% e o Roberto me ligou para perguntar: ‘pô, André, o que você está achando disso, onde você acha que está o lower bound?’. Eu falei assim: ‘olha, Roberto, eu não sei onde que está, mas eu estou vendo pelo retrovisor, porque a gente já passou por ele. A gente… acho que em algum momento a gente se achou inglês demais e levamos esse juros 2%, o que eu acho que é um pouquinho fora de apreço. Acho que a gente não comporta ainda esse juros”, declarou o banqueiro.

Esteves também afirma a seus interlocutores que recentemente recebeu uma ligação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), perguntando sobre qual havia sido naquele dia a repercussão no mercado da saída de quatro assessores do Ministério da Economia.

“Para quem não sabe, o secretário do Tesouro [do Ministério da Economia] acabou de renunciar, com mais três outros, tem mais quatro ameaçando. E eu atrasei um pouquinho porque o presidente da Câmara me ligou para perguntar o que eu achava [risos da plateia]. ‘Arthur, vou dar uma palestra agora à tarde. Se quiser, dá um pulo aí. Mas não tá legal, né?”, relatou o banqueiro a seus interlocutores.

Sem dizer nomes, Esteves também diz ter conversado com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), a quem teria explicado a importância de ter no Brasil a independência do Banco Central.

O banqueiro fala em ter explicado aos integrantes do STF a relevância da medida. A Corte manteve em agosto de 2021 a lei que havia sido aprovada em fevereiro pelo Congresso.

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“Teve essa discussão de Banco Central independente, foi importantíssimo conversar com ministros do Supremo, explicar. Pô, o cara não é obrigado a nascer sabendo. E o argumento que foi usado é que foi aprovado e aí teve uma contestação no Supremo, né, que depois deu a vitória de 8 a 2 a favor do Banco Central independente. E o melhor argumento era explicar assim: ‘pô, ministro, assim, o senhor sabe que Banco Central independente tem nos Estados Unidos, no Japão, na Alemanha e na Inglaterra, né? E não tem na Venezuela e na Argentina… tinha, mas a Cristina Kirchner revogou no 1º ano de mandato. O senhor acha em qual grupo a gente quer estar junto? Porra… [risos da plateia], deu 8 a 2, mas precisa chegar um de nós lá e explicar [colocar] o guizo no gato, não ter medo de falar, de conversar, de interagir. Então, faz isso à luz do dia, com transparência, com honestidade intelectual que vai ser sempre respeitado”, falou Esteves.

Essas declarações de Esteves estão em um áudio de uma conferência fechada do BTG Pactual, na última na quinta (21). A gravação, de mais de uma hora, foi obtida pelo site Brasil 247.

Segundo apurou o Poder360, a conversa foi num evento tradicional do BTG Pactual, chamado “Future Leaders”, com filhos de grandes empresários.

Algum dos presentes gravou o áudio do encontro sem autorização. André Esteves está nesta 2ª feira (25) na Arábia Saudita, num evento para investidores.

Após saber da divulgação do áudio, o banqueiro disse a interlocutores que suas conversas com integrantes do governo são naturais, sem nada que considere impróprio.

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O episódio sobre a conversa com Campos Neto foi durante o pico da pandemia de covid-19 em 2020, quando havia muito debate no país a respeito de qual poderia ou deveria ser a trajetória da taxa de juros.

André Esteves acha que é um erro interpretar esse diálogo de mais de 1 ano atrás como se houvesse influência sua sobre o que o Banco Central decide.

A autoridade monetária disse que é “prática de bancos centrais e de autoridades” os contatos institucionais periódicos com executivos de mercado regulados e não-regulados para monitorar temas prudenciais que possam ameaçar a estabilidade do sistema financeiro ou para colher “visões sobre a conjuntura econômica“.

“Esses contatos incluem dirigentes de instituições financeiras ou de pagamento e seguem rígidas normas legais e de conduta, com destaque para os períodos de silêncio e as regras de exposição pública”, disse o BC.

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Por Redação

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