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Bolsa despenca e dólar sobe – Estadão – Os ativos domésticos tiveram um pregão negativo nesta quarta-feira (08), refletindo o aumento da percepção de risco institucional no País, após os atos políticos promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro no 7 de Setembro.
Hoje, o principal índice da Bolsa brasileira (B3) fechou em forte queda de 3,78%, aos 113.412,84 pontos, no menor nível desde março. Já no câmbio, o dólar registrou ganho de 2,89%, encerrando na máxima do dia, a R$ 5,3261 – maior valor desde 23 de agosto.
Hoje, o índice também registrou sua maior queda diária, em porcentual, desde 8 de março. Na máxima, bateu em 117.866,14 na abertura.
Os investidores ficaram especialmente atentos a dois discursos feitos nesta tarde: primeiro, o do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e depois, o do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.
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Câmbio
Já fragilizado pelo ambiente avesso ao risco e ainda absorvendo a alta global do dólar ontem (quando o pregão estava fechado por aqui), o real apresentou, de longe, o pior desempenho entre divisas emergentes, em um claro reflexo de aumento dos prêmios de risco por causa das incertezas locais.
Em alta desde o início dos negócios, o dólar chegou a tocar em R$ 5,30 já no fim da manhã. Mas o movimento mais agudo de depreciação do real veio ao longo da tarde, quando a moeda americana renovou sucessivas máximas e, já na reta final, rompeu o nível de R$ 5,32. Hoje, a moeda teve a maior variação porcentual de fechamento desde 30 de julho.
Nas mesas de operação, a avaliação é que a postura belicosa do presidente aumenta a deterioração das expectativas econômicas para 2022, já marcadas por piora nas projeções de crescimento e inflação. Isso para não falar sobre as dificuldades na costura de um acordo para o imbróglio dos precatórios, condição essencial para enquadrar o almejado reajuste do Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil, no teto de gastos.
Protestos de caminhoneiros favoráveis ao Bolsonaro ao longo de hoje, com bloqueios de estradas em diversos Estados, e manifestação em Brasília também contribuíram para agravar o quadro de incertezas.
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