Bolsonarista é condenado – O Tribunal do Júri em Iporã, no noroeste do Paraná, condenou um bolsonarista por porte ilegal de arma de fogo, disparo de arma de fogo e dois homicídios qualificados. Erick Hiromi Dias atirou contra várias pessoas durante uma discussão depois do resultado das eleições de 2022. Duas vítimas morreram em consequência dos disparos.

Erick foi condenado a uma pena de 51 anos, 7 meses e 15 dias de prisão. O caso foi em Cafezal do Sul, noroeste do Paraná, no dia 30 de outubro, dia em que ocorreu o 2º turno das eleições presidenciais. O julgamento ocorreu nesta quarta-feira (17).

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O Ministério Público (MP) afirma, na denúncia, que o réu apoiava a candidatura de Jair Bolsonaro e uma das vítimas era apoiadora de Lula. Durante as investigações, a Polícia Civil concluiu que o crime aconteceu durante a comemoração de apoiadores de Lula, que havia acabado de vencer a disputa contra Bolsonaro, em uma rua da cidade.

A investigação afirma que Erick discutiu com familiares por questões políticas e saiu atirando contra diversas pessoas. Em nota, o advogado de defesa, Alessandro Dorigon, disse que Erick “está disposto a cumprir a pena, mas relatou que não atirou em direção às pessoas”.

A defesa informou que o Tribunal do Júri reconheceu que “o acusado não estava totalmente consciente, já que faz uso de medicamento controlado de transtorno bipolar e depressão”. Alessandro Dorigon afirmou vai recorrer por acreditar que a pena “foi muito alta e desproporcional”.

Violência política

A denúncia do MP indica que uma das vítimas mortas, Rosineide da Silva, foi baleada no pescoço “por tentar acionar o serviço policial para cessar as atividades criminosas praticadas pelo denunciado”. Já José Wellington Lima Barros foi atingido no peito e morreu no hospital em decorrência dos ferimentos.

O MP afirma que ele foi baleado “em razão de divergências políticas, pois comemorava a vitória de seu candidato [Lula], o que causou descontentamento no denunciado, que apoiava o candidato derrotado [Jair Bolsonaro]”.

De acordo com o MP, Erick Dias atirou quatro vezes contra o próprio irmão, que estava no meio dos apoiadores do atual presidente. O rapaz conseguiu correr, foi atingido por um tiro e sobreviveu.

Após atirar contra o grupo de pessoas, o homem fugiu para a cidade de Campo Mourão, onde foi preso pela Polícia Militar (PM) após se hospedar em um hotel.

Erick tinha o registro de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC), “o que não lhe autoriza legalmente a portar a arma de fogo de forma irrestrita, mas apenas durante o trajeto entre o clube de tiro e o local cadastrado para guarda da arma”, acrescentou o MP.

(Com informações de G1)
(Foto: Montagem/Reprodução)