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Abin espionou entorno da campanha de Ciro – Entre os supostos milhares de alvos monitorados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no período em que a agência espionou adversários do governo Bolsonaro, aparece o nome de um dirigente do PDT de São Paulo. A informação é do colunista do Metrópoles, Rodrigo Rangel.
O alvo foi José Vitor de Castro Imafuku, que participou da organização de diversas manifestações que pediam o impeachment de Jair Bolsonaro. Em 2022, Vitor participou ativamente na campanha presidencial de Ciro Gomes (PDT).
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Imafuku é secretário-adjunto do PDT da capital paulista e assessor da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), uma das maiores centrais sindicais do país. Segundo o colunista, o telefone celular do pedetista foi monitorado por meio do software espião FirstMile, usado pela chamada “Abin paralela” para mapear os passos de pessoas consideradas inimigas do governo do ex-presidente.
Como assessor da CSB, Vitor Imafuku trabalha diretamente com Antonio Neto, presidente da central sindical e do PDT paulistano.
Procurado pelo Metrópoles, o jovem dirigente demonstrou indignação por ter tido seus dados sigilosos invadidos ilegalmente pela Abin, sem qualquer autorização judicial. Ao BRI, o dirigente afirmou que avalia se processará o Estado brasileiro pelas ilegalidades cometidas contra ele.
“Estou sabendo disso agora, e recebo essa notícia com indignação, mas não com surpresa, justamente por causa da minha atividade profissional e do enfrentamento que fizemos ao Bolsonaro. A gente já imaginava que poderia ter sido vítima de perseguição”, disse.
A Polícia Federal (PF) afirma que pelo menos 1,5 mil pessoas foram monitoradas pela Abin no período em que a agência usou o software espião israelense FirstMile. O software permite mapear os passos dos alvos a partir do rastreamento de seus telefones celulares.
Com acesso ao sistema, os agentes alimentavam a chamada “Abin paralela”, agora investigada pela PF, fizeram mais de 60 mil consultas. Em 21 mil situações foi possível descobrir a localização dos alvos.
O escândalo chegou até Israel, os dados estão armazenados e sede da empresa fabricante do software “espião”. Um grupo formado por ativistas, médicos e escritores liderados pelo advogado Eitay Mack, que atua na área de direitos humanos, enviou à Procuradoria-Geral de Israel um pedido de abertura de investigação criminal contra a empresa israelense Cognyte, desenvolvedora do programa espião FirstMile, segundo o jornal O Globo.
(Foto: Montagem/Reprodução)