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Mensagem com ataques ao TSE – Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou ter enviado uma mensagem que insinuava – sem apresentar nenhuma evidência – uma fraude do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2022. O texto também continha ataques ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.
Bolsonaro, que foi intimado a depor pela Polícia Federal (PF) nas investigações sobre um grupo de empresários que discutiu um golpe de Estado por WhatsApp, falou com o jornal durante um voo de Brasília a São Paulo, nesta quarta-feira (22).
Na ocasião, o ex-presidente confirmou o teor de mensagem enviada ao empresário Meyer Nigri, fundador da Tecnisa.
“Eu mandei para o Meyer, qual o problema? O [ministro do Supremo Tribunal Federal e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral Luís Roberto] Barroso tinha falado no exterior [sobre a derrota da proposta do voto impresso na Câmara, em 2021]. Eu sempre fui um defensor do voto impresso”, afirmou.
No entanto, Bolsonaro disse que não fazia integrava o grupo dos empresários para o qual, de acordo com a PF, Nigri repassou a mensagem. A PF quer ouvi-lo sobre a difusão do conteúdo, com oitiva foi marcada para o próximo dia 31, na sede da corporação, em Brasília.
Investigação da PF
As investigações da PF apontam que Bolsonaro teria solicitado o repasse de mensagens sobre fraude nas eleições e ataques a autoridades.
Em uma das conversas analisadas pela PF, Bolsonaro pede para “repassar ao máximo” uma mensagem que ataca o TSE, o STF e insinuava a existência de um complô para fraudar as eleições nas quais foi derrotado pelo atual presidente Lula (PT).
“(A mensagem continha) conteúdo não lastreado ou conhecidamente falso (fake news), atacando integrantes de instituições públicas especialmente Ministros do STF, desacreditando o processo eleitoral brasileiro”, diz a PF.
Alexandre de Moraes prorrogou a investigação contra Nigri utilizando como justificativa justamente o trecho da conversa entre Bolsonaro e o empresário.
Moraes concordou com o pedido da PF e considerou que o órgão “ratificou a existência de vínculo entre ele (Nigri) e o ex-presidente Jair Bolsonaro, inclusive com a finalidade de disseminação de várias notícias falsas e atentatórias à Democracia e ao Estado Democrático de Direito”.
Na segunda (20), Moraes arquivou uma apuração contra outros seis empresários por trocarem mensagens de cunho golpista em um grupo de WhatsApp. O ministro, contudo, prorrogou a apuração contra Nigri e outro alvo, Luciano Hang.
Em agosto de 2022, os oito empresários foram alvos de mandados de busca e apreensão, após suas conversas serem reveladas pelo site “Metrópoles”.
Os outros seis empresários do grupo do WhatsApp são: Afrânio Barreira Filho, dono do Coco Bambu; André Tissot, da Sierra Móveis; Ivan Wrobel, da W3 Engenharia; José Isaac Peres, da Multiplan; José Koury, do Barra World Shopping e Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii.
(Com informações de O Globo)
(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)