Categorias
Política

Bolsonaro ‘namora’ partido que ajudou Lula a ser solto em 2019

Partido que ajudou Lula a ser solto – O Patriota, provável novo partido do presidente Jair Bolsonaro, ajudou, de forma indireta, a soltar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, em 2019. A sigla entrou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contestando a prisão depois da condenação em 2ª Instância e acabou vencendo o caso, o que levou à soltura do petista.

O processo foi ajuizado em 2016 pelo Patriota, à época chamado PEN (Partido Ecológico Nacional). A sigla pediu que fosse declarado constitucional trecho do Código de Processo Penal segundo o qual condenados podem começar a cumprir pena somente depois do trânsito em julgado (quando o réu não pode mais entrar com novos recursos).

LEIA: PF indicia líder do governo Bolsonaro por propina de R$ 10 milhões
LEIA: ‘Não há crise; Bolsonaro obedece ao Partido Militar’, diz coronel

A liminar (decisão provisória) foi julgada em outubro de 2016, quando a maioria do Supremo decidiu que prisões podem ser decretadas depois da condenação em 2ª Instância, ou seja, antes do trânsito em julgado.

O placar ficou em 7 a 4. Votaram contra o pedido do PEN os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. Foram favoráveis Celso de Mello, Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber.

Em 7 de novembro de 2019, ao apreciar o mérito (decisão definitiva), o posicionamento da Corte mudou. Por 6 votos a 5, o STF entendeu que o cumprimento da pena deve começar depois do trânsito em julgado. A ação do PEN, já rebatizado de Patriota, foi julgada em bloco com outros 2 processos que também contestavam a prisão após condenação em 2ª Instância. Foram ajuizados pela OAB e pelo PC do B.

LEIA: PF diz que ‘gabinete do ódio’ atua no governo Bolsonaro
LEIA: Thiago Manga: “A Copa América foi o último suspiro de Bolsonaro”

No dia seguinte ao julgamento, em 8 de novembro de 2019, Lula foi solto, depois de 580 dias preso na sede da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba. A decisão não beneficiou apenas o petista, já que outras 4.900 pessoas também cumpriam pena de modo antecipado, segundo dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Foram favoráveis à nova tese que soltou Lula os ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Dias Toffoli. Foram contra Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

Sem relação com Lula

Adilson Barroso de Oliveira já era presidente do PEN quando a ação foi proposta. Ele ainda ocupa o cargo no, hoje, Patriota. Segundo afirmou ao site Poder360, nada tem a ver a contestação do partido ao STF em 2016 com a soltura de Lula em 2019.

Segundo Barroso, quem motivou o pedido à época foi o pastor Samuel Ferreira, presidente executivo da Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil. Barroso é integrante da igreja.

LEIA: Felipe Neto exalta Ciro Gomes após vídeo contra Bolsonaro: “Perfeito”
LEIA: Saiba quem é Castillo, que enfrentou fascismo de Fujimori e lidera apuração no Peru

Naquele momento, não se tinha quase nada sobre o processo. Não tinha Lula, não tinha Cunha, ninguém, nem suspeito ainda de alguma coisa”, disse Barroso.

O presidente do Patriota disse que hoje é favorável à prisão depois da condenação em 2ª Instância e que a motivação à época do pedido foi sanar uma dúvida. “Queríamos [em 2016] apenas compreender quando as pessoas poderiam ser presas, se antes do julgamento final. Eu defendo que na 2ª Instância já possa ser preso”, disse“Eu sou a favor de que se crie uma PEC e mude isso na Constituição”.

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, assina a ação do partido. Ele também confirmou que, quando o pedido foi proposto, Lula ainda não era um dos possíveis beneficiários, já que o político ainda não havia sido condenado pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) na Lava Jato.

LEIA: Gastos de Bolsonaro na pandemia: 90% em viagens com aglomerações
LEIA: Jogadores decidem jogar Copa América, mas capitães farão manifesto

Quando entrei com essa ação, o Lula não era sequer denunciado. Entrei muito em função da situação carcerária do Brasil e para fazer cumprir a Constituição. Infelizmente, depois disso, houve a denúncia do Lula e uma politização da questão. Se esse processo tivesse sido julgado antes da condenação em 2ª Instância do Lula, teria sido um processo muito mais fácil de ser debatido”, afirmou o advogado.

Kakay atuou diretamente pelo PEN até a liminar de outubro de 2016. Pouco depois disso, diz, foi destituído por Adilson Barroso a pedido de Bolsonaro, que começou a flertar com o partido.

O advogado afirma que a sigla tentou desistir do processo depois que a liminar foi negada pelo Supremo. A tentativa foi frustrada, já que se tratava de uma ação indisponível. Esse tipo de processo não tem conteúdo individual, podendo beneficiar diversas pessoas. Por isso, diz, não pode haver desistência por parte do autor.

LEIA: Boicote vira manifesto; Casagrande detona jogadores: ‘toma atitude de homem’
LEIA: Ao criticar jogadores por recuo a boicote, ‘Casão’ usou expressão machista

“Quando o Bolsonaro foi se filiar ao PEN, ele colocou como requisito que eu fosse destituído da ação. Ele e o presidente do partido achavam que a ação era disponível. Então eles me destituíram e julgaram que seria possível desistir da ação. Fui destituído, para minha honra e glória. A única vez que fui destituído em toda a minha vida profissional de 40 anos foi pelo Bolsonaro”, conta Kakay.

Fonte: Poder360

Ciro alerta militares de que Bolsonaro é ‘traidor das Forças Armadas’

Em novo passo de seu projeto presidencial, Ciro Gomes (PDT-CE) buscará afastar os militares de Jair Bolsonaro ao tentar colar nele a pecha de traidor das Forças Armadas. Ele publicou vídeo sobre o tema nesta segunda-feira (07).

Leia a matéria completa aqui.

China vacina em um dia mais do que Brasil imunizou durante todo o mês de maio

A China alcançou, no início de junho, uma média diária de vacinação contra covid-19 maior do que o total de imunizações realizadas no Brasil durante todo o mês de maio.

Leia a matéria completa aqui.

STF retira sigilo de inquérito que investiga bolsonaristas

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, levantou o sigilo dos autos do inquérito dos atos antidemocráticos, aberto após manifestações defendendo a volta da ditadura militar, intervenção das Forças Armadas e atacando instituições democráticas no ano passado.

Leia a matéria completa aqui.

Intubado no RJ, pastor R.R. Soares ensinava oração para ‘expulsar’ covid

R. Soares, pastor fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus, foi intubado neste sábado (5) devido a complicações no quadro de Covid-19, segundo informações do site Metrópoles. Ele está internado desde sexta-feira (4) no Hospital CopaStar, em Copacabana, no Rio.

Leia a matéria completa aqui.

Veja mais notícias no BRI.

Por Redação

O Brasil Independente é um veículo jornalístico que tem como valores a defesa da soberania e de um projeto nacional emancipador.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Aponte sua câmera

ou

Chave: brindependentetube@gmail.com

Assine nossa Newsletter!

Cadastre-se agora e receba nossas novidadesx

Assine nossa Newsletter!

Cadastre-se agora e receba nossas novidades

Sair da versão mobile