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O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) recebeu oficialmente o apoio do PDT na disputa à prefeitura de São Paulo em evento realizado na sede do partido na capital paulista. O presidente nacional licenciado do PDT e ministro da Previdência, Carlos Lupi, e o presidente municipal do partido, Antonio Neto, ressaltaram que a decisão foi unânime dentre os trabalhistas, que vêm a necessidade de unir forças em torno de um nome para derrotar a direita.
“O compromisso do PDT é com a sua vitória, porque se você ganhar, ganha São Paulo, ganha a dignidade, o humanismo e a democracia”, disse Lupi a Boulos. “Não podemos permitir que São Paulo se torne a cidade da Cracolândia. Este município necessita de um líder como você. Seu histórico de vida reflete um compromisso radical por uma cidade mais fraterna e justa. Este gesto singelo de apoio representa o depósito da nossa esperança”, falou o ministro.
Candidato a vice-prefeito em 2020, Antonio Neto lembrou que o PDT apoiou Boulos no segundo turno naquela eleição, mas que desta vez o partido optou pelo apoio desde o início com a condição de que participasse da construção do projeto de governo, o que foi aceito pelo psolista.
PDT formaliza apoio a Boulos em São Paulo nesta terça
“Muito se fala sobre modernizar São Paulo, mas para nós trabalhistas moderno mesmo é trabalho decente, casa para o povo, é o trabalhador poder ter uma vida digna e cuidar dos mais pobres”, afirmou. “Quando se olha o mapa da desigualdade de São Paulo que podemos ver o que efetivamente ocorre na cidade mais rica do país, com quase 60 mil pessoas em situação de rua. Quando se olha os equipamentos públicos, ali no Butantã tem 10, 15 equipamentos públicos, aí lá no final da cidade Tiradentes não tem agência bancária, não tem cartório. Até o Bom Prato só aparece lá naquela versão móvel em véspera de eleição”, criticou o pedetista.
De acordo com Boulos, a eleição em São Paulo será mais uma importante etapa da luta contra o bolsonarismo no país, seja ele “puro sangue”, no caso de haver um candidato bolsonarista radical, ou numa chapa que ele chamou de “Bolsonunes”, no caso de apoio à reeleição do atual prefeito Ricardo Nunes. “Ainda não derrotamos a cultura de ódio, de violência, de intolerância que essa turma construiu no Brasil”, ressaltou.
O pré-candidato apontou que a capital paulista tem um orçamento maior que dos estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro e que só perde para os orçamentos da União e do estado de São Paulo. Porém, segundo ele, todo esse recurso – em torno de R$ 110 bilhões – se torna insuficiente diante do “descaso” da atual administração.
“É difícil entender como a cidade mais rica do Brasil e da América Latina dobrou sua população em situação de rua nos últimos três anos. Você tem uma capacidade de investimento tremenda, mas ao mesmo tempo se tem a omissão e o descaso com as políticas públicas e sociais. Nós temos essa cidade acolhedora, que Luiza Erundina chamava de cidade de todos os povos, moderna, inovadora, hoje com um nível de desigualdade, de descaso, que dói de ver”, disse.
O atual deputado federal anunciou que vai apresentar ainda na pré-campanha um plano de segurança pública para a cidade e que um combate efetivo à violência necessariamente passa por políticas de redução da desigualdade, de moradia e de geração de empregos.
Ele citou o exemplo do sindicato dos trabalhadores da construção civil que ofereceu cursos gratuitos de capacitação profissional para pessoas em situação de rua em um acordo com o setor patronal de que as pessoas treinadas fossem contratadas. “Se um sindicato pode fazer isso, imagina o que uma prefeitura com a capacidade da prefeitura de São Paulo não consegue fazer”, argumentou.
Além de lideranças e da militância pedetistas, compareceram ao evento os presidentes municipais do PSOL, do PV e do PT. O presidente do PT de São Paulo, Laércio Ribeiro, destacou que, pela primeira vez, o partido não terá candidato a prefeito na cidade, com o objetivo de reeditar na cidade a estratégia de frente ampla contra o bolsonarismo que foi vencedora na última eleição presidencial.