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Empréstimos do Auxílio Brasil – O empréstimo consignado do Auxílio Brasil foi quase totalmente concedido pela Caixa Econômica Federal (CEF) durante o período eleitoral, entre o primeiro e o segundo turno, revela reportagem do UOL.
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Segundo a apuração do portal, 99% de toda a carteira de crédito da modalidade foi disponibilizada de 10 de outubro a 1º de novembro. Em números, isso significa a distribuição de R$ 7,595 bilhões para 2,9 milhões de pessoas.
Após as eleições, até o final do ano, foram liberados apenas R$ 67 milhões para 53 mil pessoas, ou seja, 1% do total.
O consignado do Auxílio Brasil foi aprovado pelo Congresso em julho do ano, mas os pagamentos começaram apenas em 10 de outubro, dias depois de Bolsonaro ficar atrás de Lula no primeiro turno realizado em 2 de outubro.
O empréstimo chegou a ser interrompido logo após a derrota de Bolsonaro, dos dias 2 a 13 de novembro, mas foi retomado num volume muito menor que o praticado durante as eleições.
Com solicitações feitas pelo UOL desde outubro, os dados só foram liberados agora depois de questionamento feito à Caixa pela Controladoria Geral da União (CGU), que foi acionada pela reportagem.
Finalidade eleitoral
Segundo o advogado Renato Ribeiro de Almeida, especialista em direito eleitoral e coordenador acadêmico da Academia Brasileira Eleitoral, os números do empréstimo consignado do Auxílio Brasil são evidência do uso da máquina pública para um fim “claramente eleitoral”.
“Não faz nenhum sentido uma política de crédito cuja concessão se dá durante o período das eleições e depois para. É algo circunstancial, que mostra uma tentativa de fazer de tudo para conseguir a reeleição de Bolsonaro. A penalidade mais provável é que o ex-presidente seja condenado na Justiça Eleitoral à inelegibilidade por oito anos”, afirma.
Outro lado
A Caixa informou que “atuou conforme autorizações legais emitidas pelo então Ministério da Cidadania. Nesse sentido, o banco, assim como as demais instituições habilitadas para ofertar o produto no mercado, atuou para disponibilizar o Consignado Auxílio aos seus clientes”.
Já a defesa de Bolsonaro no TSE, representada pelo advogado Tarcísio Vieira de Carvalho, não quis se pronunciar.
(Com informações de UOL)
(Foto: Montagem/Reprodução)