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Candidato de Bolsonaro em SP – Em vídeo divulgado nas redes sociais, o pré-candidato de Jair Bolsonaro (PL) ao governo do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) recebe o apoio de Ney Santos, prefeito de Embu das Artes e colega de partido.
Ney Santos já foi preso duas vezes, respondeu a vários inquéritos e atualmente consta em investigação em que é apontado como integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital), a maior facção criminosa do país.
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Cabo eleitoral do ex-ministro da infraestrutura de Bolsonaro, Ney Santos tem se desdobrado bastante para atrair votos à candidatura de Tarcísio de Freitas ao Palácio dos Bandeirantes – organizou recentemente comícios e eventos para esta finalidade.
Em forma de agradecimento, o candidato gravou um vídeo de agradecimento a Ney Santos, confirmando a promessa de que “vão trabalhar juntos”.
“Ney, muito obrigado, por trazer as demandas de Embu das Artes. Com certeza a gente vai ter o maior carinho, vamos trabalhar juntos” – afirma Freitas.
“Tenho certeza que Embu das Artes já decidiu: é governador Tarcísio de Freitas 10” – retribui Ney Santos em outro vídeo, recomendando o voto no aliado.
Sobre as acusações e apontamentos acusatórios do passado, Ney Santos nega já ter cometido qualquer irregularidade. Seus advogados afirmam que “esse tipo de informação leviana sempre vem à tona e oportunamente em períodos eleitorais”, e que “não há qualquer prova que ligue o atual prefeito de Embu das Artes com o crime organizado”.
“São acusações levianas, políticas e que desconsideram a verdade”, completa, em nota, a equipe do prefeito.
Quem é Ney Santos, ou “Ney Gordo” do PCC, cabo eleitoral de Tarcísio de Freitas
Personagem bastante controverso e peculiar na recente história política paulista, Claudinei Alves do Santos, o Ney Santos (ou Ney Gordo no submundo do crime), é apontado como o comandante do tráfico de drogas da zona oeste da grande São Paulo, segundo o Ministério Público.
Sua trajetória em investigações e condenações é extensa: em 1999, aos 19 anos, respondeu pelos crimes de receptação e formação de quadrilha.
Quatro anos depois foi novamente condenado, por ter participado de um assalto a carro-forte – na ocasião foi detido portando uma metralhadora 9mm. Depois de ficar dois anos preso foi absolvido em segunda instância.
Em liberdade, e segundo o MP, utilizou-se principalmente do ramo de postos de combustíveis para lavar dinheiro proveniente de ação criminosa – principalmente do tráfico de drogas. Em 4 anos seu patrimônio alcançou a cifra de mais de R$ 100 milhões – algo incompatível diante dos rendimentos declarados.
Em 2010 ingressou na carreira política, candidatando-se para deputado federal. Chegou a se exibir na campanha ao lado de Geraldo Alckmin, que aparece saudando sua candidatura.
Diante de denúncia de compra de votos (que eram trocados por combustível em seus postos) e demais acusações, dias antes do pleito, seus bens foram bloqueados. Em sua mansão foram encontradas máquinas de contar dinheiro e uma Ferrari avaliada, à época, em R$ 1,5 milhão.
Além disso, quarenta tijolos de maconha, totalizando 34 quilos, também foram encontrados em um dos carros da campanha do candidato. Mesmo assim, Ney Santos foi solto para responder em liberdade, mas perderia a eleição dias depois.
Em 2012 foi eleito vereador em Embu das Artes. Mesmo sendo o seu primeiro mandato, em pouco tempo se tornou presidente da Câmara Municipal.
Em 2013, foi novamente alvo de inquérito sobre compra de votos. Apesar de ter o mandato cassado por unanimidade pelo TRE-SP (Tribunal Superior Eleitoral de São Paulo), ficou apenas cinco meses afastado, e retornou através de liminar.
Mesmo tendo a candidatura à prefeitura de Embu das Artes impugnada (com base na Lei da Ficha Limpa), em 2016, por meio de liminares conseguiu concorrer ao pleito e foi eleito com uma expressiva porcentagem – mais de 79% dos votos.
Sua posse como prefeito foi barrada pela Justiça ao decretar novamente sua prisão por lavagem de dinheiro e associação ao tráfico de drogas. Ele, então, sumiu da cidade e ficou foragido por 40 dias. Mas, graças a uma liminar obtida no STF com Marco Aurélio Mello, o pedido de prisão foi suspenso, e Ney Santos pôde assumir a prefeitura normalmente.
Em 2018 um cartunista, crítico ao prefeito, sofreu um atentado que, de acordo com investigação, teve a participação de Renato Oliveira, ex-integrante do Movimento Brasil Livre, o MBL, e que na época tinha sido nomeado como subsecretário de comunicação de Ney Santos.
Além de ter sido atropelado, o cartunista levou três tiros do segurança do parlamentar e sofreu ameaças à vida e à integridade física.
(Com informações de Eduardo Gonçalves em O Globo e de João Filho em The Intercept)
(Foto: Alan Santos/Presidência da República)