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Cassação de Mamãe Falei na Alesp – As grandes centrais sindicais brasileiras emitiram nota oficial se juntando ao coro pela cassação do mandato do deputado estadual Arthur do Val (Podemos), o ‘Mamãe Falei’.
O parlamentar virou pivô de um escândalo nacional e internacional depois do vazamento dos áudios em que afirma que as mulheres ucranianas vítimas da guerra são “fáceis porque são pobres”.
CSB (Central de Sindicatos do Brasil) , Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores)e outras centrais afirmam que o verdadeiro objetivo da viagem de Arthur do Val à fronteira do país invadido pela Rússia nada tem a ver com política ou ação humanitária.
Para os sindicalistas, trata-se de uma personalidade racista e misógina, que não tem preparo para o cargo na Assembleia Legislativa de São Paulo.
“Ele, que em 2019, chamou sindicalistas que estavam na galeria da Alesp de ‘bando de vagabundo’! Com que moral o Mamãe Falei fala dos trabalhadores e suas entidades?”, diz trecho da nota das centrais.
‘Mamãe Falei’ chamou sindicalistas de vagabundos na discussão da reforma da Previdência de São Paulo na época.
“No mês de março, quando comemoramos a luta pelos direitos das mulheres à igualdade, equidade, respeito, dignidade e justiça, um deputado brasileiro nos envergonha internacionalmente”, diz o texto.
“As declarações do deputado são repugnantes. Tudo se torna absolutamente mais deplorável quando os alvos são mulheres em total vulnerabilidade em uma zona de guerra. É impressionante como esses moralistas se comportam no privado, seja Moro fraudando uma investigação, Kim Kataguiri com sua estupidez ou, agora, com Arthur e sua misoginia”, diz Antonio Neto, presidente da CSB.
Após a repercussão negativa do caso o deputado retirou a sua candidatura ao Governo de São Paulo pelo Podemos neste sábado (05) e pediu desculpas dizendo que foi “um erro num momento de empolgação”.
Leia a nota das centrais sindicais na íntegra:
“Ouvimos com indignação e asco os áudios do deputado estadual em SP pelo Podemos sobre as mulheres ucranianas. O deputado, a pretexto de ajudar um dos lados no conflito entre Rússia e Ucrânia, revelou, através de áudios vazados pela imprensa, que o verdadeiro objetivo de sua viagem para o leste europeu nada tem a ver com política ou ação humanitária. Ao contrário, seus anseios mostram uma personalidade hedonista, irresponsável, ignorante, racista e profundamente misógina.
Nos perguntamos o que de fato Arthur do Val, o “Mamãe Falei”, foi fazer na Ucrânia? E o que ele, com essa visão sobre as pessoas, faz na Assembleia Legislativa de São Paulo? Ele, que em 2019, chamou sindicalistas que estavam na galeria da Alesp de “bando de vagabundo”! Com que moral o “Mamãe Falei” fala dos trabalhadores e suas entidades?
Nos áudios hediondos que ele transmitiu para seu grupo de amigos no WhatsApp e que se tornaram públicos na noite desta sexta-feira ele ofendeu não só as mulheres, mas os pobres, os povos refugiados, foi racista ao exaltar um estereótipo, ou seja, expressou tudo aquilo contra o que lutamos: a desumanização, a dominação machista, a covardia, a injustiça. Mostrou, com isso, todo seu despreparo para ser um represente do povo e por isso não deve permanecer como deputado e deve ser cassado.
Solicitamos que Ministério Público abra investigação sobre a conduta racista, misógina e xenófoba do deputado.
No mês de março, quando comemoramos a luta pelos direitos das mulheres à igualdade, equidade, respeito, dignidade e justiça, um deputado brasileiro nos envergonha internacionalmente.
É triste que os brasileiros que já sofrem com a pandemia, com o desemprego e com a pobreza ainda tenham que ouvir, nas vésperas do Dia Internacional da Mulher, áudios insultuosos como os do “Mamãe Falei”. Que o fato receba a devida reparação e o deputado seja cassado.
São Paulo, 6 de março de 2021
Sérgio Nobre, presidente da CUT – Central Única dos Trabalhadores
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores
Adilson Araújo, presidente da CTB – Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
Oswaldo Augusto de Barros, presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores
Antonio Neto, presidente da CSB – Central de Sindicatos do Brasil
Edson Carneiro Índio, secretário geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora
Atnágoras Lopes, secretário nacional da CSP CONLUTAS
José Gozze, presidente da Pública, Central do Servidor
Emanuel Melato, coordenação da Intersindical Instrumento de Luta”
(Com informações de Folha de S. Paulo)
Foto: Reprodução