ChatGPT é bloqueado na Itália – Autoridades italianas anunciaram, nesta sexta-feira (31), o bloqueio do ChatGPT, ferramenta de inteligência artificial (IA) criada pela empresa americana OpenAI, um braço da gigante da informática Microsoft.

O programa é acusado de violar a legislação de proteção de dados pessoais e de não ter um sistema de verificação de idade para usuários adolescentes.

A decisão imediata proíbe a empresa de usar informações sobre usuários italianos até que se adapte à Lei Geral de Proteção de Dados da União Europeia (GDPR).

O ChatGPT foi lançado no final de novembro e é capaz de gerar conteúdos, como resumos, poemas e roteiros de viagem, utilizando uma grande base de dados, além de responder perguntas sobre diversos assuntos.

Sua criação é considerada um marco tecnológico, no entanto, o robô tem sido alvo de críticas e pedidos para suspender seu desenvolvimento, devido ao risco de desinformação e ameaça à democracia.

Capacidade de mentir

Recentemente, a OpenAI lançou a versão atualizada e “superpoderosa” do ChatGPT, a GPT-4, que é descrita pela empresa como mais “intuitiva” que as versões anteriores, além de muito mais rápida.

Porém, no relatório que explica as capacidades do novo modelo, a própria empresa alertou que a intuição da ferramenta é tão apurada que ela se tornou capaz de mentir.

Além disso, em uma experiência feita pelo psicólogo Michal Kosinski, especialista em algoritmos de inteligência artificial, o ChatGPT tentou assumir o controle de um computador e pesquisou sobre como “escapar” do mundo digital para o mundo real.

Há argumentos filosóficos que questionam as consequências do ChatGPT para a humanidade, já que poderia superar intelectualmente os seres humanos e fugir ao seu controle.

Recentemente, um manifesto assinado por mais de mil pessoas, incluindo Elon Musk e Steve Wozniak, pediu uma pausa de seis meses nas pesquisas e desenvolvimento de todas as inteligências artificiais, e principalmente o ChatGPT.

O documento alerta para os perigos da inteligência artificial e afirma que “agora é hora de tomar um momento para avaliar com calma o que estamos criando e por quê”.

Grupos de defesa do consumidor também pediram às autoridades nacionais e da União Europeia responsáveis pela proteção de dados que investigassem a OpenAI, criadora do ChatGPT.

A empresa, fundada em 2015 e que já teve Elon Musk como sócio, ainda não se pronunciou sobre o bloqueio na Itália.

(Com informações do O Globo)
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