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“Querem livros só para os ricos (…) O Brasil não pode conviver com isso!”, disse Ciro Gomes (PDT) após o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) defender o fim da isenção de impostos para livros.
Sob alegação de que pobres não consomem livros, documento sobre reforma tributária, publicado esta semana pela Receita Federal, prevê a criação de uma alíquota de 12% sobre operações com bens e serviços, incluindo livros. Segundo o Sindicato Nacional dos Editores (Snel), a alteração poderia tornar o livro 20% mais caro ao consumidor final.
Inviabilizar acesso
Em suma, a proposta do governo Bolsonaro é inviabilizar o acesso, já escasso, às obras literárias e, consequentemente, dificultar o interesse pela leitura.
O baixo número de leitores no Brasil não é uma característica de classe, é um problema crônico que atravessa todas as camadas sociais. De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em 2020, enquanto a média de leitura mundial é de 12 obras por ano, no Brasil, é 5.
Essa vergonha nacional foi, com menor ou maior efetividade, combatida por governos anteriores. Na contramão, Bolsonaro parece assumir de bom grado um problema nacional como traço inerente de uma camada específica da população. Ao que parece, o Brasil de Bolsonaro tem sido um país orgulhoso da própria ignorância, que trabalha para ampliar seu enorme abismo social.
Queda no número de leitores
Conforme dados do Retratos da Leitura, a maior queda percentual de leitores entre 2015 e 2019 foi precisamente entre a classe A, passou de 76% para 67%. Nesse período, o público geral de leitores no Brasil encolheu 4 pontos percentuais, foi de 56% para 52%. O levantamento indica ainda que 27 milhões de brasileiros das classes C, D e E gostariam de ler mais.
Diante desse drama, o caminho para que haja mais brasileiros leitores é, por óbvio, investir em educação pública de qualidade, formação adequada a professores, ampliar o acesso a bibliotecas bem abastecidas, ter campanhas contínuas de estímulo à leitura e de valorização da literatura. Entretanto, na análise tacanha do governo, a solução é abraçar o desinteresse literário como característica de um povo e não como resultado da falta de políticas públicas eficientes.
Postura elitista do governo Bolsonaro
A percepção superficial do governo sobre o consumo de livros no país revela não apenas a escassez de leitura entre seus abastados membros, mas reafirma a postura elitista dos neoliberais bolsonaristas.
Conforme explicitado por Ciro, a lógica por trás da absurda proposta de taxação de obras é a mesma que orientou o Executivo a negar vacinas à população para, na sequência, trabalhar por sua privatização. Com tal postura, Bolsonaro não apenas alija o poder público de suas responsabilidades como amplia, com notória satisfação, o abismo social.
Aos pobres, nada. Aos ricos e aos amigos do mercado, tudo.
Veja na íntegra o que Ciro pensa sobre a proposta do governo:
Bolsonaro defende a tributação de livros sob o argumento absurdo de que pobres não consomem livros no Brasil. Querem livros só para os ricos. Mesmo pensamento de quando negou a vacina e depois trabalha para sua privatização. O Brasil não pode conviver com isso! pic.twitter.com/psUCPhgkRb
— Ciro Gomes (@cirogomes) April 8, 2021
Fonte: Todos com Ciro
Site ligado a Lula publica texto contrário à CPI da Covid e impeachment de Bolsonaro
O site Brasil 247, ligado ao lulopetismo, publicou um texto na noite desta segunda-feira (12) contrário à instalação da CPI da Covid e a um possível impeachment de Jair Bolsonaro (sem partido), sob o argumento de que a CPI e o impeachment “podem adiar eleição e golpear Lula”. Leia a matéria completa aqui.
Cid Gomes comemora instalação da CPI da Covid: “Não podemos ficar sem respostas”
Deputado do PDT propõe inserir jornalistas em grupo prioritário de vacinação
O deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT-MS) apresentou um projeto de lei para que jornalistas sejam inseridos no grupo prioritário de vacinação contra a covid-19. O texto argumenta que os profissionais da imprensa desempenham atividades essenciais à população durante a pandemia e estão expostos a alto risco de contágio. Leia a matéria completa aqui.
Ciro Gomes: ‘Esquerda envelhecida, como diz Belchior, é uma roupa que não nos serve mais’
“Entre nós, a vacinação que deflagra a onda de alegria e renascença está muito lenta. Mas também por aqui aquilo que sempre foi a antena do pensamento progressista está envelhecido, sem ideias, tomado de sentimento de vingança ou de uma gratidão a um passado que, como diz Belchior, é uma roupa que não nos serve mais. Mas a onda de alegria que vem por aí será tão arrebatadora e comovente que a todos (menos ao quase meio milhão de mortos que choraremos para sempre) arrastará. Saiam da frente velhacos, bruxos, charlatães, ególatras”. Veja o texto de Ciro Gomes na íntegra aqui.
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