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Nesta terça-feira (03), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) detonou o pacote fiscal de corte de gastos anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O anúncio desagradou, da esquerda à direita, além do próprio mercado. Nas cordas em defesa do projeto do governo, ficaram apenas grandes bancos e integrantes diretos e indiretos do governo Lula (PT).
“O governo prometeu um ajuste fiscal, mas o que nós vimos na prática foi apenas um aumento no arrocho do salário mínimo, afetando diretamente os mais pobres, os aposentados e todos os que recebem, por exemplo, o BPC (Benefício de Prestação Continuada), como crianças autistas e idosos adoentados”, disparou.
Ciro opinou que a promessa do governo Lula de garantir isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil “não é pra valer” e só ocorrerá a partir de 2026, assim como o aumento de tributação sobre os mais ricos. Na avaliação dele, o que está em vigor agora é o “mero corte do salário mínimo”, observando que a “turma da banquerada, que vive na agiotagem oficial, continuará em situação tranquila”.
“A promessa de isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000, que saiu em todas as manchetes, não é para valer. Se for valer, é só para o ano de 2026, lá, daqui um ano e meio. E o aumento de impostos para os mais ricos também. Se acontecer, o que eu duvido, lá na frente, em 2026. Então, o que já está em vigor agora é o mero corte do salário mínimo, enquanto a banqueirada e os rentistas, a turma que vive da agiotagem oficial, continuam completamente tranquilos”, diz, no vídeo, o ex-governador do Ceará.
Ciro deixou claro que o pacote só atinge os mais pobres, pois prevê ainda cortar verbas da educação, via Fundeb, e da Cultura. No último caso, referiu-se ao “corte de R$ 7 bilhões da Lei Aldir Blanc e ninguém fala nada. Nem a mídia.”
Para o ex-ministro, o Brasil vive “uma crise fiscal sem precedentes”. Na opinião do ex-ministro da Fazenda, o pacote transfere a riqueza para uma minoria e o Brasil continuará com uma dívida pública galopante, atualmente em cerca de R$ 9 trilhões, com credores apertando prazos e o país permanecendo a pagar os juros mais caros do mundo e com um déficit de 2% do PIB, o que aperta mais ainda a vida do trabalhador em clima de dólar em alta.
Assista o vídeo: