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Ciro Gomes desmonta fakes de Duvivier – O pré-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) fez um ‘react’ nesta terça-feira (18) a respeito das críticas feitas por Gregório Duvivier em seu programa no canal norte-americano HBO, o ‘Greg News’.
Mais de 100 mil pessoas assistiram as reações do ex-ministro ao programa do humorista carioca em menos de 24 horas, que reconheceu ter cometido um ‘erro factual’, o que muitos internautas debocharam, dizendo que Duvivier criou um novo termo para se referir a uma ‘fake news’.
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“Gregório não só fez um perfil depreciativo e completamente distorcido sobre mim, como emendou com uma pregação assim meio messiânica aos meus eleitores dizendo que abandonar a minha candidatura é simplesmente salvar a democracia, salvar a República e salvar o Brasil. Por pouco não disse que também seria ‘salvar o mundo’.”, provocou.
Retirada de pré-candidatura
Ciro Gomes também se referiu ao momento em que o comediante advoga que os eleitores do ex-governador devem votar em Lula (PT) no primeiro turno para ‘salvar a democracia’ e para que só depois cobrem do petista a implementação de um Projeto Nacional de Desenvolvimento.
“Formulou uma peça antológica da sabedoria política. Disse que o correto mesmo é eleger Lula e depois cobrar dele, Lula, que implantasse o meu Projeto Nacional de Desenvolvimento, o meu projeto de governo. Ele falou isso seriamente. Não foi piada de mal gosto. Isso mesmo que você entendeu, eleger o Lula sem projeto de governo para que depois ele virasse uma espécie de ‘Ciro’, com projeto”
O postulante à presidência rechaçou qualquer possibilidade de retirada de sua pré-candidatura, explicando seus motivos para tal decisão.
“Na hipótese de o Lula ganhar, teríamos mais 4 anos de um país dividido pelo ódio, cheio de conchavo e sem projeto profundo de mudança. Na hipótese ainda mais tenebrosa da vitória de Bolsonaro, seria a continuação piorada dos absurdos e aberrações que nós vivemos hoje. Mas eu tô aqui lutando porquê eu acredito no Brasil e na inteligência do povo brasileiro. O Brasil ainda pode escapar desse impasse e dessas duas armadilhas. Percebeu, Gregório, por que que eu não abro mão e não abrirei mão em nenhuma hipótese da minha pré-candidatura? O meu modelo de democracia é o da pluralidade das ideias, de partidos e de opiniões. Não é do partido único”.
Assista ao ‘react’ de Ciro Gomes na íntegra:
Abertura ao debate
Ciro provocou Gregório, o elogiando mas lembrando que até pouco tempo atrás, era o próprio apresentador do Greg News que criticava Lula e o PT.
“Gregório, Gregório, eu gosto muito de você, como você sabe, mas tem qualquer coisa estranha nesse seu pensamento. Muito diferente daquilo que você dizia até muito pouco tempo atrás. A política e os políticos devem mesmo ser alvos preferenciais dos humoristas e analistas. Essa é minha formação. Todos devem ter total liberdade de nos interpretar, nos satirizar e nos criticar. Mas não podem e não devem agredir os fatos, aquilo que a gente chama grosseiramente de ‘mentir’. Nem as biografias, essa coisa de destruir reputações também não é uma coisa honesta de um bom artista como você, Gregório, sempre foi.”
Ciro defendeu que críticos em geral devem estar abertos ao debate, sob risco de se tornarem “reis imperiais em uma torre de marfim”.
“E devem estar abertos, os ‘atores’, os artistas, a um debate. Senão o analista vira um espécie de mau piadista, o piadista vira um péssimo analista, e o crítico se blinda imperialmente em uma torre de marfim: ele diz e nós só ouvimos e não temos o direito de reagir”
‘Desonestidade intelectual’
O pedetista demonstrou contrariedade com uma informação falsa dita por Gregório em seu programa, de que Ciro foi afastado pelo presidente Itamar Franco, quando era ministro da Fazenda, por atrapalhar o governo com seu temperamento.
“Ai não, viu Gregório. Aì é uma coisa absolutamente grosseira que me faz desconfiar da sua honestidade intelectual. Eu não fui afastado nem uma vez, eu fiquei ministro do Itamar até o último dia de governo e ainda fiquei até o dia 1o de janeiro. O presidente Itamar fala para todo mundo que o sacerdote do Real fui eu, que eu que salvei o Plano Real e cá entre nós, fui eu mesmo. O Fernando Henrique me disse que eu estava fora da Fazenda e me pediu para escoher outro ministério. Ele escreveu no livro dele a minha resposta: um sonoro ‘não’, pois o FHC já estava traindo o PSDB que eu ajudei a fundar”
Missão cumprida na Fazenda
O pré-candidato do PDT ao Palácio do Planalto contou sobre sua trajetória no comando da economia brasileira, onde ficou de meados de 1994 a 1o de janeiro de 1995.
“Minha tarefa como ministro da Fazenda foi colocar a ‘casa em ordem’. E pra isso eu tive que encarar interesses poderosíssimos de quem estava lucrando com aquele caos completo. Eu criei a lei brasileira de participação dos trabalhadores nos lucros e resultados das empresas (PLR). Eu fiz a intervenção no Banespa, que era um antro de roubalheira. Lutei contra bandalheira nos bancos públicos. Acabei com a farra dos grandes especuladores nos comércios, cobrei imposto sobre lucros e dividendos dos patrões, que depois foi revogado pela turma que você defende. Só o Brasil e a Estônia não cobram. Fui muito duro, Gregório, mas valeu a pena”
Paris
Ciro explicou mais uma vez que não foi para Paris após o primeiro turno das eleições de 2018, e sim para Lisboa. E que voltou para votar em Fernando Haddad (PT), tendo declarado oposição a Bolsonaro logo após o resultado do primeiro turno.
O ex-deputado também lembrou que o PDT aprovou apoio crítico ao PT no segundo turno de 2018, com seu voto favorável à resolução.
“O seu Lula consegue que gente boa como você repita essa história falsa de Paris, porque é uma cortina de fumaça muito conveniente pra fazer o nosso Brasil esquecer que a principal razão da vitória de Bolsonaro foi o antipetismo. Ela tá vivíssima essa força. o PT foi varrido em todas as capitais do Brasil nas últimas eleições. O grande ativo do Bolsonaro e de seus aliados continua sendo o antipetismo”
Síndrome de Zelensky
De forma bem-humorada, o pedetista Gregório Duvivier ao presidente da Ucrânia, dizendo que ele está com “síndrome de Zelensky”.
“Mesmo conhecendo muito bem esse gênero [humor], eu não conheci essa certa variante, aliás, é mais que uma variante, é uma encarnação delirante de personagem, eu vou chamá-la, com respeito, de síndrome de Zelensky”, comparou Ciro.
“Antes de ser presidente, Zelensky era um comediante muito famoso lá na Ucrânia, essa popularidade acabou o levando à presidência da Ucrânia. Enquanto ele defende seu país no campo de batalha, aqui do outro lado do mundo, do conforto do ar-condicionado e do ‘uisquinho’ com gelo, fora outros aditivos, tem gente que pensa que ser baixinho e comediante como Zelensky basta para ser estadista, ou melhor, salvador da pátria ou conselheiro-mor da República”, disparou.
Foto: Reprodução