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Após agressão, Ciro pede ‘trégua de Natal’: “Bolsonaro é o inimigo”

Ciro pede ‘trégua de Natal’ – O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) convocou uma entrevista coletiva virtual com os principais veículos de imprensa do país neste domingo (03) e ao invés de demonstrar rancor,  minimizou as tentativas de agressão que sofreu no ato pelo impeachment de Jair Bolsonaro (sem partido), em São Paulo, neste sábado (03).

Ciro demonstrou bom-humor e chegou a cantarolar clássicos da MPB, como quando chamou o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, de “meu amigo de fé, meu irmão camarada”, verso escrito por Erasmo Carlos e eternizado por Roberto Carlos.

O presidenciável reiterou que estará presente nos atos do dia 15 de novembro, feriado da Proclamação da República.

Além de Lupi, o presidente do PDT da capital paulistana e da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto, compareceu à coletiva.

Lupi e Neto também foram atacados pelos agressores e fizeram breves declarações aos jornalistas.

“Recebo com carinho e gratidão todas as expressões de solidariedade, mas não dou a menor bola à bobagenzinha que aconteceu lá” – Ciro Gomes (PDT)

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‘Trégua de Natal’ com o PT

Mencionando diferenças ‘”cada vez maiores e insuperáveis” com o PT, Ciro pediu uma “trégua de Natal” quando o assunto for a mobilização para remover o presidente. O ex-ministro, em sua pré-campanha, não tem poupado críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aos governos do PT.

O pedetista agradeceu a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffman, que lamentou o episódio publicamente.

“Minhas diferenças com o PT são cada vez mais profundas e insuperáveis, mas o que eu estou propondo, para toda a militância nossa, é não dar valor a esses incidentes, que são desagradáveis, mas são irrelevantes à luz da gravíssima hora que o Brasil está pedindo de todos nós: serenidade, equilíbrio e foco. (Declaração de Gleisi Hoffman) é um sinal para a turma de que isso não é desejado. Agradeço, são gestos importantes” – Ciro Gomes (PDT)

O termo ‘Trégua de Natal’ tem origem na Primeira Guerra Mundial, em 1914. guerras mundiais do século passado, quando nações inimigas concordavam com um ‘cessar-fogo’ na véspera do Natal para que as tropas de cada país pudessem passar o feriado com suas famílias, voltando para o combate alguns dias depois.

Durante a semana que antecedeu o Natal, soldados alemães e britânicos trocaram saudações festivas e canções entre suas trincheiras; na ocasião, a tensão foi reduzida a ponto dos indivíduos entregarem presentes a seus inimigos.

Na véspera de Natal e no Dia de Natal, muitos soldados de ambos os lados – bem como, unidades francesas ainda que em menor número se encontraram em zonas neutras, trocando alimentos, presentes e entoando cantos natalinos ao longo de diversos encontros.

Há relatos de que os soldados inimigos chegaram a jogar futebol entre si, em clima de confraternização e paz.

“Estamos propondo uma amplíssima ‘Trégua de Natal’, como nas guerras. Para, quando for o assunto Bolsonaro e impeachment, a gente deve esquecer tudo e convergir para esse rasíssimo consenso, que já não é fácil. Com quem tem responsabilidade e compromisso de fato em proteger o Brasil das tentativas de Golpe de Bolsonaro, que vão continuar e podem se tornar sangrentas” – Ciro Gomes (PDT)

Questionado sobre o PT aderir à trégua, Ciro afirmou que “pouco importa”. “Eu não espero [que haja adesão do PT], porque eu já vi acontecendo coisas com [Leonel] Brizola, com Mario Covas, comigo mesmo. Isso é irrelevante.”

“Não temos que esperar que eles aceitem ou se comportem como nós gostaríamos, nós é que temos que nos comportar de forma coerente com o que o Brasil precisa: uma trégua ao redor de um único assunto” – Ciro Gomes (PDT)

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Vaias, xingamentos e ’emboscada’

Durante a manifestação contra Bolsonaro, neste sábado (2), Ciro foi vaiado por parte dos presentes ao discursar no palco da avenida Paulista, principalmente por militantes do PCO, que também xingaram e chegaram a arremessar objetos em direção ao palco.

Ao deixar o local, sofreu uma espécie de emboscada e, protegido por seguranças, integrantes do PDT e militantes trabalhistas, conseguiu se abrigar em um carro para fugir de pedaços de pau, garrafas e outros objetos sendo atirados contra o grupo.

Imagens mostram militantes do PCO (Partido da Causa Operária), da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e do PT como autores das ações.

Ciro pediu ‘serenidade’ à militância do PDT e de todos que o apoiam. Ele defendeu “manter o foco no que interessa e não dar relevância ao que não tem relevância nem centralidade”.

“Peço serenidade à militância que com razão está muito indignada e que me protegeu. Uma turma do PDT Diversidade tomou a linha de frente e criou um cordão de isolamento com uma faixa para me proteger. Estou extremamente agradecido. Mas é hora de baixar a bola. O mais importante é que foram 100, 150 mil no ato, apesar das contradições do palanque” – Ciro Gomes (PDT)

Ele disse ainda ser necessário “aguentar tudo que tiver que aguentar” em nome da coesão pela democracia.

“Temos que ter uma capacidade de não entrar nesse tipo de coisa lateral”, disse.

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Matemática do Impeachment

O ex-ministro pregou unidade de campos políticos para conquistar uma maioria parlamentar pelo impeachment e mencionou sua ida à manifestação promovida pela direita, em 12 de setembro, organizada pelo MBL (Movimento Brasil Livre) e pelo Vem Pra Rua.

Mas ressaltou que para além do “Fora, Bolsonaro”, vai continuar estabelecendo diferenças

“Quando eu aceitei o convite do MBL, eu não superei as diferenças insuperáveis que tenho com MBL e nem, acabado o ato, fomos tomar cerveja…” – Ciro Gomes (PDT)

Solidariedade em massa

Dezenas de artistas, jornalistas e lideranças políticas condenaram os ataques, como Guilherme Boulos (PSOL), Orlando Silva (PC do B) e Marina Silva (Rede).

“Os atos de ontem em todo o Brasil demonstraram força e unidade contra Bolsonaro. A presença de amplos setores políticos é fundamental para a luta pelo impeachment. Neste sentido, a hostilização de lideranças que foram à Paulista, entre elas Ciro Gomes, é inaceitável.” – Guilherme Boulos (PSOL)

A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz, se indignou, classificando o ocorrido como “inaceitável”.

É inaceitável que aqueles que estão lutando pela democracia sejam hostilizados em nossos espaços, como aconteceu ontem com Ciro Gomes no ato da Paulista. As eleições de 2022 não podem ser um empecilho para unidade pelo fora Bolsonaro, o povo brasileiro não pode mais esperar.” – Bruna Brelaz, presidenta da UNE

Bolsonaro 

O pedetista reiterou que Bolsonaro cometeu crimes graves e que continuará tentando dar um golpe.

Há uma expectativa de nova manifestação contra Bolsonaro no dia 15 de novembro, e a ideia de organizadores é ampliar o escopo ideológico para tentar promover algo que se assemelhe às Diretas Já.

Ciro deu sugestões para essa nova manifestação: de que tenha maior participação de artistas e de que haja uma mobilização que circule pelo país, a exemplo das Direitas Já, segundo ele.

“Bolsonaro é uma cobra, uma víbora venenosa. Já anunciou que não haverá eleições se as regras não estiverem a seu gosto. Ele ‘encolheu’ (carta de Temer) por dissuasão da nossa ação, mas não vai parar por aqui. Por isso, a importância de mobilizar o povo brasileiro pelo impeachment” – Ciro Gomes (PDT)

O pedetista chegou a propor que o palco principal não seja em São Paulo, mas em Belo Horizonte, Salvador ou Porto Alegre.

Ciro afirmou ainda que as manifestações de sábado em todo o país foram positivas, “um sucesso extraordinário”, e que é preciso insistir na unidade dos campos políticos e na mobilização de rua.

“Só a rua, de forma ampla, generosa e absolutamente plural, vai permitir que a gente tire [o presidente da Câmara] Arthur Lira [PP-AL] da omissão criminosa de despachar o processo de impeachment.” – Ciro Gomes (PDT)

Centrais sindicais se manifestam, exceto CUT

Centrais sindicais publicaram uma nota oficial na qual prestam solidariedade ao ex-ministro Ciro Gomes e ao PDT pelas tentativas de agressão ocorridas em São Paulo, no fim do ato pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro, por parte de militantes do PT e da CUT.

A nota conjunta é assinada pela Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e pela Pública Central do Servidor.

Por Thiago Manga (contém informações do jornal Folha de S. Paulo)

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Por Redação

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