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Clima de ódio no país – Uma pesquisa do Instituto Locomotiva aponta que mais da metade do eleitorado brasileiro não quer discutir política.
Entre os homens, são 51% admitem desistir de conversar sobre politica em algumas situações. Já entre as mulheres, o número sobe para 57%.
O ‘desinteresse’ pelo debate se deve, em parte, ao clima de ódio que tomou conta do país por conta da polarização e radicalização entre os extremos ideológicos do país.
Frequentemente, pessoas são ofendidas, agredidas e ameaçadas ao opinar sobre determinado assunto, e os ‘cancelamentos’ na internet, tanto os vindos da direita quanto os da esquerda, dão o tom de como o tecido social brasileiro está instável.
Isso também ocorre na chamada ‘terceira via’, visto que enquanto lulistas atacam bolsonaristas e vice-versa, os que negam as duas figuras políticas são atacados violentamente pelos dois grupos.
É necessário que as lideranças políticas do país, sobretudo as que se autoclamam como democratas, façam seu papel de orientar suas militâncias para não serem propagadores de ódio em defesa do projeto que acreditam ser o melhor para o país, qualquer que seja.
Não o fazem.
O silêncio de Lula (PT) – líder das pesquisas e que brada ser o defensor da democracia brasileira – perante ataques e até agressões que seus adversários têm sofrido por parte de militantes radicais seus, é ensurdecedor.
De Jair Bolsonaro, evidentemente, já pouco se espera em relação a uma postura que pregue o respeito aos adversários.
Mas chama atenção a absoluta omissão de Lula em conter seus militantes mais agressivos, que a cada inércia do líder após uma agressão cometida, ficam mais violentos.
Recentemente, o petista proferiu uma frase altamente irresponsável em discurso a integrantes da CUT, central sindical satélite do lulopetismo.
“Se a gente mapeasse o endereço de cada deputado e fossem 50 pessoas na casa, não é para xingar, não, é para conversar com ele, com a mulher dele, com o filho dele, incomodar a tranquilidade dele, surte muito mais efeito do que fazer a manifestação em Brasília”, disse Lula.
A democracia brasileira exige que a divergência seja respeitada.
Aqueles que se calam perante a violência e a truculência de seus seguidores, podem ser tudo, menos democratas.
Seguiremos acompanhando de perto a postura de partidos, militantes e sobretudo das lideranças do campo dito progressista e se preciso, denunciando posturas antidemocráticas em um campo que tem como obrigação defender a pluralidade de ideias.