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O Clube Militar emitiu uma nota, na última sexta-feira (19), demonstrando contrariedade após a confirmação da prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), pela Câmara dos Deputados, em votação ocorrida no mesmo dia. No documento, assinado pelo presidente da associação, general Eduardo José Barbosa, o grupo de militares brasileiros faz 9 perguntas, chamadas de “reflexões”.
Na primeira ‘reflexão’, o texto insinua que o Poder Judiciário, na figura do Supremo Tribunal Federal (STF), protege políticos de esquerda e jornalistas enquanto persegue apoiadores de Bolsonaro. “Por que outros pronunciamentos semelhantes, porém ditos por políticos e jornalistas de centro esquerda (sic) não são tratados como crime?”, indaga a nota, que insiste na questão na pergunta de número 3: “Por que a liberdade de expressão só se aplica a esses mesmos indivíduos de centro esquerda (sic)?”.
Na quarta ‘reflexão’, sugere-se novamente que o STF atua de forma tendenciosa, perseguindo apoiadores de Bolsonaro e ignorando “crimes cometidos por aliados ideológicos” e pergunta por que “denúncias contra os próprios Ministros (sic) do STF ficam sem investigação ou aguardando a prescrição”.
O comunicado questiona se eventuais ameaças de morte ao presidente da República também não seriam crimes inafiançáveis e cita Adélio Bispo, autor da facada em Bolsonaro ocorrida em Juiz de Fora (MG), durante a campanha eleitoral em 2018: “Por que os equipamentos do Adelio (sic) e de seus aliados não são periciados?”.
O texto ainda sugere que o Poder Judiciário protege criminosos e persegue cidadãos “de direita”. “Por que os amparados pelo Poder Judiciário continuam sendo os criminosos já condenados?”, diz o documento, que vai além: “Esses, enquanto puderem sustentar os melhores advogados, jamais cumprirão suas penas, podendo, inclusive, realizar passeios fora do Brasil, enquanto os que usam suas línguas para falar não podem nem sair de casa (os de direita, é claro)”.
A nota do Clube Militar pergunta por que os ministros do STF consideram que “apoiar o Regime Militar que foi instaurado a partir de 1964 é crime” já que, de acordo com o texto, “a Democracia (sic) que
temos hoje no Brasil começou em 1964” e que “grande parcela da população tem saudades daquela época”.
Por fim, a declaração sugere que o deputado bolsonarista está preso “por ser apoiador daquele que foi eleito pelo povo para governar o Brasil” e afirma que o ministro Marco Aurélio Mello “ameaçou os Deputados (sic)” ao afirmar que em caso de relaxamento da prisão Silveira , os parlamentares prestariam contas com o povo brasileiro nas urnas, em 2022. “Quem informou ao ilustre ministro que a população apoia as arbitrariedades do STF?”, provoca.
Confira a nota emitida pelo Clube Militar na íntegra.